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Ricardinho, técnico do Ceará: time está na semifinal da Copa Nordeste | Igor de Mello/O Povo
Ricardinho, técnico do Ceará: time está na semifinal da Copa Nordeste| Foto: Igor de Mello/O Povo

Oposição

Federação Paranaense vira as costas para o retorno dos regionais

O retrospecto positivo da Copa do Nordeste reascendeu o interesse pelas disputas regionais, nos formatos como o Rio-São Paulo, Copa Sul ou Sul-Minas, competições que deixaram de ser realizadas no início dos anos 2000.

A reedição dessas competições, no entanto, não tem sido pauta dos principais clubes do país. E sofre forte rejeição por parte das federações estaduais. "Não abro mão do Paranaense. Mataria o futebol do interior", afirma Hélio Cury, presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF).

O dirigente também afirma não ser possível adequar os regionais ao calendário. "Nós já temos poucas datas, com o início dos Nacionais em maio. Seria impossível", diz.

Uma resistência que, no entanto, pode ser vencida. "A CBF sempre boicotou a Copa do Nordeste, para prestigiar as federações, que dão votos para ela. Mas com o tempo não houve mais como segurar. Acredito que isso possa acontecer em outros estados", comenta Luciano Bivar, presidente do Sport Recife.

Ranking de público

Considerando apenas os jogos das fases classificatórias.

1º Paulista 6.853

2º Copa Nordeste 6.409

3º Mineiro 6.363

4º Paranaense 2.598

5º Carioca 2.369

6º Gaúcho 1.474

Vivendo o seu momento deci­­­sivo, a Copa do Nordeste tem sido a sensação do início de temporada do futebol no Brasil. Reunindo 16 clubes de sete estados, a competição é considerada um sucesso em todos os aspectos.

Boa parte do êxito nordestino vem – e virá ainda – das arquibancadas. Na comparação com os principais regionais do país, a Copa perde em média de público na fase classificatória apenas para o Paulista, a mais forte e rica de todas as disputas: 6.853 torcedores contra 6.409.

Aparece na frente do Mi­neiro (que teve mais de 52 mil pessoas no clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro), recebe mais do que o dobro de torcedores do Paranaense e do Carioca e o quádruplo do Gaúcho. E poderia ir além. Com o comparecimento dos jogos de quartas e semifinal, a Copa do Nordeste alcança média geral de 12 mil pessoas nos estádios.

"Nós tivemos uma ótima presença dos torcedores, bem melhor do que se fosse o Estadual. Só nisso já foi mais vantajoso para todo mundo", afirma Luciano Bivar, presidente do Sport, clube que acabou desclassificado nas quartas para o Campinense-PB.

Do ponto de vista financeiro, deixar os estaduais de lado – a maior parte dos participantes entra somente nas fases finais – também tem valido a pena. "Com partidas interessantes e mais público, nós conseguimos melhores parceiros comerciais. E ainda é um começo, pode crescer bastante", diz Evandro Leitão, presidente do semifinalista Ceará.

Amanhã, o Vozão decide em casa uma vaga na final com o ASA-AL – o primeiro jogo foi 3 a 3. Na outra semi, o Fortaleza sai para enfrentar o Campinense, depois de vencer por 2 a 1 na ida.

As vantagens também englobam o gramado. Com os clubes grandes da região se enfrentando já nos primeiros meses da temporada é possível avaliar melhor o elenco, de olho nas competições nacionais. "É ótimo ter a chance de enfrentar times de Série A, de um nível técnico maior. Sem contar a rivalidade entre os estados aqui do Nordeste. Podemos ter um parâmetro melhor", analisa Ricardinho, ex-jogador e técnico do Paraná, hoje no comando do Ceará.

Outro conhecido do futebol paranaense, Caio Júnior, treinador do Vitória, faz apenas um reparo. "A ideia é ótima. Mas faltou sensibilidade na fórmula deste ano, o ideal seria por pontos corridos. O sistema adotado impossibilitou a disputa de mais clássicos", declarou ele, também ex-técnico e atleta do Tricolor. O desafio agora é manter o padrão para as próximas edições. Desde a sua primeira disputa, em 1976, a Copa do Nordeste sofre com a inconstância. Deixou de ocorrer diversas vezes, até ressurgir no ano passado, com apoio da CBF.

"É o que esperamos daqui para frente, consolidar a competição. Certamente será um ganho para os times do Nordeste", fecha Bivar.

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