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| Foto: Ale Frata/Codigo19/Folhapress/

O Palmeiras encarou a partida contra a Ferroviária como a primeira de uma série de quatro jogos em casa para ascender no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores. As expectativas mudaram radicalmente depois da derrota para a Ferroviária por 2 a 1, neste domingo. Dominado taticamente e com muitas dificuldades para criar, o time levou um gol no final da partida e saiu vaiado do Allianz Parque. Já a Ferroviária confirmou a condição de sensação do Estadual - tem a melhor campanha do Grupo C do torneio.

A partida propôs uma disputa clara entre o entrosamento da Ferroviária e a individualidade do Palmeiras. Mesmo jogando fora de casa, a Ferroviária impôs seu jogo. O time, por exemplo, gosta de ficar com a bola nos pés e dificilmente dá um chutão. Por isso, ficou com a bola dentro do Allianz Parque, embaralhando os conceitos de time pequeno e grande. O time de Araraquara terminou o primeiro tempo com mais 60% de posse de bola.

Treinado pelo português Sergio Vieira, que traz conceitos táticos importantes, como defensores que sabem jogar e atacantes que se esforçam para marcar, o time também colocou em dúvida quem era o mandante e o visitante. O Palmeiras sofreu o mesmo que o Corinthians já havia passado em Araraquara, quando empatou no final da partida, apesar de merecer a derrota, no domingo passado.

Aceitando essa inversão de papéis, com poucas opções para trabalhar a bola no meio, o Palmeiras jogou no contra-ataque. Foi o mesmo jogo esticado e com lançamentos longos do ano passado. Essa proposta mais objetiva e contundente, baseada a qualidade técnica individual, foi perigosa. O Palmeiras não estava morto no jogo. Aos sete minutos, Zé Roberto cruzou para Jean bater de primeira. O goleiro Rodolfo defendeu no susto.

O jogo sofisticado taticamente, de tentar levar a bola de pé em pé, traz alguns riscos, obviamente. Como os zagueiros da Ferroviária não são a “oitava maravilha do mundo”, o Palmeiras conseguiu roubar bolas perigosas apenas fazendo marcação na saída.

Os erros de passe, principalmente com Robinho e Jean, prejudicavam a fluência do jogo palmeirense. Em linhas gerais, a Ferroviária dominava o jogo, mas não conseguia finalizar - esse é o grande defeito do time. Por outro lado, o Palmeiras tem vários craques, mas pouco organizados como um time.

Esse momento do jogo deixou uma questão no ar: como um técnico europeu jovem, com um ano de Brasil, consegue fazer o time tocar a bola enquanto o experiente e multicampeão Marcelo Oliveira ainda mostra uma equipe que dá muitos chutões?

Teve entrosamento até na cobrança de falta. Aos 40 minutos, quatro jogadores fizeram uma barreira para bloquear a visão do goleiro. Funcionou. Com bela cobrança de Fernando Gabriel, a equipe do interior transformou sua superioridade tática em vantagem no placar.

Marcelo Oliveira deu sua resposta no segundo tempo. Adiantou os laterais, principalmente Lucas, exigiu mais movimentação de Dudu e exigiu mais marcação. Também foi bem nas alterações ao trocar Jean e Alecsandro por Rafael Marques e Cristaldo.

Foram exatamente os dois que entraram que construíram a jogada do empate. Aos 17 minutos, Cristaldo empatou na primeira vez em que tocou na bola. Foi a faísca que faltava para trazer para a partida os 18 mil palmeirenses, até então, calados. Foi a primeira vez no jogo em que a Ferroviária ficou acuada.

E o time visitante correu riscos em vários momentos, novamente na saída de bola. O avanço do Palmeiras, no entanto, deixava espaços e a Ferroviária mostrou que também sabe apostar no contra-ataque. Aos 48 minutos, a surpresa do Paulistão conseguiu a vitória quando Rafinha tocou na saída de Fernando Prass. A alegria da pequena torcida de Araraquara fez um contraste com as pesadas vaias no estádio palmeirense.

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