Paraná registrou superávit de R$ 7,8 milhões em 2015.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O balanço financeiro do Paraná , aponta que o clube passou de um deficit de R$ 76 milhões em 2014 para um superávit de R$ 7,8 milhões em 2015. Os números geraram divergência de opinião entre o especialista em marketing e gestão esportiva, Amir Somoggi, que analisa os balanços dos principais clubes do país, e o presidente paranista, Leonardo Oliveira. Enquanto o primeiro vê um cenário mais sombio para o Tricolor, o segundo aposta que a gestão mais eficaz irá trazer bons frutos no futuro na Vila Capanema.

CARREGANDO :)

“O Paraná vive uma situação trágica, os números financeiros são os piores possíveis”, dispara Sommogi, apontando como principais pontos negativos a dívida de cerca de R$ 100 milhões do clube e a dificuldade de gerar receita para pagar essa quantia.

“A dívida vem sendo negociada e é completamente reversível. Só nesse ano tivemos uma redução de cerca de R$ 40 milhões graças a negociações, redução de custos e a participação no Profut [programa do governo federal para o refinanciamento de dívidas fiscais]”, rebate Oliveira.

Publicidade

Nessa redução de custos, por exemplo, estão os salários com o departamento de futebol, que diminuiram de R$ 9,3 milhões para cerca de R$ 5 milhões no ano passado. Algo que preocupa Somoggi. “O fato de gastar menos, faz com que o clube tenha menos chances de subir para a Série A”, acredita o especialista.

“Eu discordo completamente disso”, diz o presidente tricolor. “A dívida é grande justamente porque se gastava mais do que se arrecadava. Com uma gestão mais consciente, chegamos a uma semifinal de Estadual depois de oito anos e teríamos chegado na final se a regra fosse a mesma da Copa do Brasil”, argumenta.

Veja também
  • Quem termina no G4? Quem vai cair? As apostas da Gazeta para o Brasileirão e Série B
  • Baixe o time dos sonhos de Atlético, Coritiba e Paraná para futebol de botão

“Ano passado, times com orçamento menor, como o América-MG, subiram para a Série A e o Bahia não. Futebol não é uma ciência exata. Em 2013, quando quase conseguimos o acesso, eu não estava tão confiante como nesse ano porque agora a organização é maior”, afirma o dirigente.

Publicidade

Superávit

O superávit de 7,8 milhões registrado no final do ano, segudo Somoggi, é o resultado da reversão de provisões de contingências. Ou seja, significa que clube esperava gastar mais com algumas pendências judiciais, mas isso não se concretizou.

Três acordos ajudam a explicar o número. O primeiro, com a empresa Systema, do empresário Léo Rabello, em que uma dívida de R$ 27 milhões foi transformada em R$ 4,5 milhões. O segundo acordo ocorreu com o Ministério Público do Paraná, que cobrava R$ 7 milhões do clube referente ao acúmulo de multas diárias pelo uso do estádio Pinheirão sem condições de segurança. O valor será compensado em ações sociais. O terceiro tenta reverter uma multa de R$ 30 milhões do Banco Central pelo não pagamento de impostos na década de 90. Com a participação no Profut, o clube espera reverter esse valor para cerca de 10% disso, o equivalente a R$ 3 milhões.

Social puxa para baixo

O setor social tem puxado as contas paranistas para baixo, já que acumulou um prejuízo de R$ 3,5 milhões em 2015. O número ainda é melhor do que em 2014, quando o prejuízo foi de R$ 9,5 milhões. Já a parte do futebol teve um lucro de R$ 11,3 milhões.