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Walter durante intervalo de treino nas Laranjeiras, seu último clube antes do acerto com o Atlético. | Bruno Haddad/Fluminense FC
Walter durante intervalo de treino nas Laranjeiras, seu último clube antes do acerto com o Atlético.| Foto: Bruno Haddad/Fluminense FC

“O Enderson [Moreira] é o irmão mais velho do Walter. Ele cobra mesmo, não alivia, não passa a mão na cabeça”. Essa estreita relação entre o técnico do Atlético e novo reforço do clube é apontada pelo preparador físico Robson Gomes, hoje sem clube, que trabalhou com os dois no Goiás em 2013, quando a dupla se destacou nacionalmente.

Nesta quinta-feira (9) o diretor de futebol do Rubro-Negro, Paulo Carneiro confirmou por meio do Facebook a contratação do atleta de 25 anos por um ano, com a opção de renovação de dois anos. No Furacão, Walter reencontrará também o auxiliar-técnico Luís Fernando Rosa Flores, que, segundo Gomes, no Goiás cumpria mais a função de “pai” de Walter, aliviando às vezes para não desmotivar, mas sempre tentando tirar o máximo do jogador de 25 anos.

“O Walter é muito inteligente, tem características como atacante que poucos jogadores têm. Seria um jogador para seleção brasileira caso se tornasse um atleta”, resume o preparador físico, admitindo a notória dificuldade de controle de peso do atacante. “Mas tem de seguir nessa busca pela melhor forma com equilíbrio, pois se ele perder muito peso pode perder força, o que seria muito prejudicial”, alerta.

Com esse objetivo de melhorar a parte física, Gomes avisa que foi necessário no time goiano também uma orientação nutricional para que o atacante tivesse uma reeducação alimentar não só quando estivesse concentrado. “Após algumas vitórias, os jogadores saíam algumas vezes para comemorar, comer uma pizza e tomar refrigerante. Ele não podia. Poucas vezes liberamos, dependendo do desempenho em campo, para motivá-lo”, admite.

Sem querer revelar o peso do atacante ou seu porcentual de gordura quando estava no Goiás, “por respeito ao atleta” e “para não criar uma barreira a mais”, Gomes avisa que a torcida atleticana deve ver Walter em campo um pouco além da sua forma física, pois só assim ele poderá atingir o ponto esperado de maior contratação até agora do Rubro-Negro.

84 gols

Em jejum de gols há quase 11 meses, desde 21 de maio do ano passado, Walter tem no currículo 84 gols marcados desde 2009. Com 210 jogos nesse período, ele balança as redes a cada 2,5 partidas. Entre 2012 e 2013, pelo Goiás, viveu seu melhor momento, com 45 gols em 82 duelos (quase um gol a cada dois jogos). Já no Fluminense, onde estava no ano passado, fez apenas 9 gols em 50 compromissos – em média, pouco mais de cinco partidas para cada bola na rede.

“Mesmo um pouco acima do peso, tem que pôr ele para jogar para que ele consiga atingir o ideal dele”, opina. “Tem de trabalhar a cabeça dele. Quanto menos puxar para o lado negativo, mais rápido é o ganho”, acrescenta, lembrando que o atacante é carente, vem de uma família humilde e chegou a ver o seu irmão ser assassinado no Recife. “Tem de colocar a cabeça dele no futebol”, resume.

Quando Walter chegou ao Goiás, na metade de 2012, a comissão técnica do clube previa que em três semanas ele estava pronto para jogar. Porém, diante da seca de gols na época, Walter foi utilizado duas semanas depois. Fez três gols em um jogo, entrando no segundo tempo. “Mas agora, como ele vinha em ritmo de treino no Fluminense, acredito que poderá ser utilizado o mais rápido possível”, finaliza Gomes.

O preparador físico saiu do Goiás no final do ano passado e atualmente vive uma “entressafra” na busca por um novo trabalho. Mesmo assim, diz acreditar ser pouco provável acertar com o Atlético, se juntando aos ex-companheiros, pois a comissão técnica do clube já está formada.

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