• Carregando...
 | /
| Foto: /

Exatamente um ano após o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014, a Gazeta do Povo mostra como estão hoje alguns dos principais nomes e verbetes do torneio promovido pela Fifa. Tem promessa não cumprida, cartola e político presos, astros na pior, brigas na Justiça, arena milionária interditada por falta de estrutura, dívidas...

São dez tópicos para reviver um dos grandes momentos da história recente do Brasil, com personagens manjados e surpreendentes; promessas e decepções.

Professor

Mesmo sem desfrutar da mesma unanimidade da sua passagem pela seleção, Luiz Felipe Scolari foi para sua segunda Copa com os créditos do pentacampeonato como trunfo. Ninguém esperava, entretanto, tamanho desastre. “Desgraçado, trágico, fiasco, apagão, acaso e tsunami”, foram algumas das palavras usadas por Scolari para – tentar – justificar o 7 a 1. Abalado pela responsabilidade inegável, só poderia ter um destino. “Felipe, só o Grêmio pode te dar carinho nessa hora difícil”, disse o então presidente Fábio Koff duas semanas após o Mundial para tentar contratar o treinador. Felipão aceitou voltar “para casa”, onde esteve até maio. Acertou na semana passada com o chinês Guangzhou Evergrande.

Antônio More/Gazeta do Povo

Secretários

O ex-secretário municipal de Curitiba para a Copa do Mundo de 2014, Luiz de Carvalho foi preso nesta quinta-feira (11), em uma ação da Polícia Federal para combater lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Ele é suspeito de atuar como doleiro dentro da organização. A Operação Vitória deteve mais dez pessoas, entre elas o ex-vice-presidente do Banco Brasil Allan Simões Toledo. O grupo é suspeito de desviar cerca de R$ 3 bilhões nos últimos três anos. No início de 2013, Carvalho, nomeado pelo então prefeito Beto Richa, perdeu o posto após a eleição. Com Gustavo Fruet na prefeitura, Reginaldo Cordeiro, hoje no urbanismo da capital, assumiu a pasta. Mario Celso Cunha, secretário estadual de Copa, celetista da Sanepar há 27 anos, voltou à estatal onde foi nomeado pelo governador Beto Richa o novo gestor do projeto de Revitalização da Bacia do Rio Iguaçu. Cunha marcou pela polêmica declaração que o Atlético, no fim, talvez não precisasse pagar os empréstimos à União.

Gazeta do Povo
Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Turismo

A movimentação tão comemorada de torcedores que aqueceu Curitiba durante o Mundial, não passou de uma “ilusão passageira”.

A avaliação é do presidente do sindicato de Hospedagem e Alimentação de Curitiba, João Jacob Mehl.

“Mesmo durante a Copa, tivemos alguns picos de sucesso, com o Largo da Ordem lotado, a Praça da Espanha também. Para o resto do comércio também foi um fracasso”, afirmou.

Dos 508 mil turistas previstos por um estudo da Fundação Getúlio Vargas, a cidade recebeu 214.505 turistas – 95.854 estrangeiros.

Os gastos chegaram a R$ 427 milhões (média diária de R$ 594), também abaixo da expectativa da organização.“Não tivemos melhoria alguma no setor depois da Copa. Não chegou nem perto do que esperávamos... O reflexo nos restaurantes foi pontual”, acrescentou Jacob Mehl.

Mobilidade urbana

Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Do primeiro documento sobre obras – que continha 82 intervenções (desde estádios, reformas em portos e aeroportos até projetos de mobilidade) – ficaram 44 projetos de mobilidade urbana como promessa de legado. Mas, hoje, um ano depois, 20 obras não ficaram prontas. Os piores casos são os de Cuiabá, Fortaleza e Recife. As duas primeiras não concluíram nenhum dos projetos de mobilidade prometidos para o Mundial – eram três em Cuiabá e seis em Fortaleza. O levantamento foi feito pela BBC Brasil. Em Curitiba, das nove obras de mobilidade, cinco ainda não foram concluídas, além de quatro delas terem ficado R$ 38,8 milhões mais caras. A lista inclui o terminal do Santa Cândida, melhorias nas avenidas Marechal Floriano e Comendador Franco, a criação do Sistema Integrado de Monitoramento Metropolitano e a implantação do sistema viário metropolitano na Avenida da Integração.

Elefante branco

Polêmica desde o planejamento, a Arena Pantanal confirmou todas as péssimas expectativas e materializa o ‘pior’ exemplo entre os elefantes brancos do Mundial. Palco de quatro jogos, o estádio de mais de R$ 600 milhões já teve de passar por obras emergenciais. No fim de abril, o governo de Mato Grosso anunciou novo investimento de R$ 200 mil para mais reparos urgentes, aumentando os gastos que já superam R$ 1 milhão em manutenção. Ainda assim, a Arena que seria cartão postal de Cuiabá está abandonada e deteriorada.

Ann Gassenheimer

CBF

Marcus Brandt/EFE

José Maria Marin deve ter agradecido por ficar alguns assentos afastado da presidente Dilma Rousseff e do presidente da Fifa, Joseph Blatter, na abertura da Copa. Não apareceu nas imagens durante as vaias aos dois no Itaquerão. Escapou do constrangimento para viver hoje o pior deles. Presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), Marin foi preso como um dos 14 indiciados por corrupção na Fifa, em Zurique. Seu nome, que já foi até envolvido com a ditadura militar no Brasil, acabou retirado na sede da entidade. O cartola de 83 anos pode ter a pena reduzida em troca da confissão e delação, além de ser extraditado aos Estados Unidos.

Desapropriação

Assunto polêmico envolvendo a reforma da Baixada, as desapropriações no entorno estádio devem completar alguns ‘aniversários’ na Justiça. Dos 16 imóveis, quatro seguem em litígio. Os processos discutem tanto valores oferecidos, como a legalidade do decreto que autorizou a desapropriação. “Olha, eu já perdi até um filho, mas esse episódio foi uma das piores coisas que já me aconteceu. Te tirarem do lugar que você conquistou com o próprio esforço, pelos valores que eles queriam, é inaceitável”, afirmou a dona de casa Denise Leludak. O imbróglio jurídico foi reforçado com o Atlético como réu por não repassar à Prefeitura os R$ 17,3 milhões pagos aos desapropriados.

Marcelo Andrade

Arena da Baixada

Precisou o Atlético chegar à ponta da tabela do Brasileiro para o torcedor rubro-negro ocupar, ao menos em parte, a sua nova e milionária casa. O jogo contra o Vasco levou 15.177 pagantes, com um total de 16.750 presentes. Melhor público do ano, mas pouco para o palco da Copa em Curitiba que custou em R$ 346,2 milhões. Reformada graças a uma contestada engenharia financeira entre clube, prefeitura e município, a Baixada não conseguiu atrair ainda nem um grande evento sequer. Sua conclusão também é discutida na Justiça, por causa do atraso na entrega do prédio anexo ao estádio – contrapartida incluída no aporte de dinheiro público da obra.

Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Padrão Fifa

Cathal McNaughton/Reuters

Criticado de forma contumaz pela Fifa durante a preparação da Copa do Mundo de 2014 pela demorada da aprovação da lei Geral da Copa – que garantia isenções e dava poderes à entidade -, pelo atraso nas obras, a ponto de recomentar um chute no traseiro no país, o Brasil rendeu R$ 16 bilhões à Fifa envolta hoje em um escândalo sem precedentes e de repercussão mundial. Quatorze pessoas, incluindo executivos do alto escalão da Fifa, são acusadas de aceitar propinas e comissões estimadas em mais de US$ 150 milhões (R$ 476 milhões) durante um período de 24 anos.

Mario Götze

Em um ano, o alemão foi do céu ao inferno. Autor do gol do título mundial da Alemanha no Maracanã, diante da Argentina em julho do ano passado, tem sido alvo de críticas da torcida do próprio Bayern de Munique pelo seu fraco desempenho. O técnico da seleção alemã, Joachim Low, até saiu em defesa do seu “herói”, classificando o tratamento dado ao jogador como “injusto”. Mas o clube Bávaro até cogita vender o jogador para segurar o meia Bastian Schweinsteiger, na mira do Manchester United.

Albari Rosa/Gazeta do Povo
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]