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Jeffrey Webb, presidente da Concaf detido na operação do FBI que investiga a corrupção na Fifa. | SZILARD KOSZTICSAK/EFE
Jeffrey Webb, presidente da Concaf detido na operação do FBI que investiga a corrupção na Fifa.| Foto: SZILARD KOSZTICSAK/EFE

A Suíça extraditou aos Estados Unidos Jeffrey Webb, um dos vice-presidentes da Fifa, acusado de corrupção e fraude no escândalos envolvendo milhões em propinas e subornos no futebol. Webb, suspeito de ter recebido propinas de mais de R$ 10 milhões da empresa brasileira Traffic, foi um dos sete cartolas presos no dia 27 de maio em Zurique. Ele foi o único que concordou de forma espontânea a ser extraditado aos EUA.

Segundo a Justiça suíça, ele foi transferido nesta quarta-feira (15) para Nova York e já está em uma prisão americana aguardando julgamento. Webb era o favorito para ser o sucessor de Joseph Blatter na presidência da Fifa e ocupava o cargo de presidente da Concacaf.

“O dirigente foi entregue a uma escolta de três homens da polícia americana em Zurique. O grupo o acompanhou em um voo para Nova York”, disse o Departamento de Justiça da Suíça em um comunicado.

Se ele aceitou ser extraditado, todos os demais vão enfrentar uma longa batalha judicial, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da CBF e que se recusou nesta semana a sair da Suíça. Seus advogados acreditam que o processo legal pode durar até o final do ano.

Por anos, Webb criou em torno de si uma aura de “Mr. Clean”, ao ponto de apenas aceitar cortar o cabelo em um determinado local que o cobrava apenas US$ 10.

Com apenas 27 anos, Webb era o presidente do clube Strikers Football Club, em sua cidade natal nas Ilhas Cayman. Com menos de 30 anos, já era o principal dirigente da Associação de Futebol do país onde o esporte é insignificante. Mas ele também ganharia o apoio de muita gente dentro da Fifa. Na entidade em Zurique, seu primeiro cargo foi a vice-presidência do Comitê de Finanças, um posto apropriado para um banqueiro do maior paraíso fiscal do planeta.

Se oficialmente ele havia sido eleito para a Concacaf para substituir uma era de corrupção na entidade e limpar o local, a realidade é que Webb apenas perpetuou o sistema, inclusive pedindo mais dinheiro. Ele ficaria com US$ 3 milhões e, em troca, assinaria um contrato com a empresa brasileira Traffic para dar os direitos exclusivos para que explorasse os direitos de TV dos jogos das Eliminatórias do Caribe para as Copas do Mundo de 2018 e 2022. O dinheiro era parte de um pacote de US$ 23 milhões em subornos que o empresário José Hawilla pagaria para a União de Futebol do Caribe.

Outros US$ 2 milhões seriam dados para Webb para os contratos da Concacaf para a realização da Copa Ouro a partir de 2013 e para a Liga dos Campeões da região. “Praticamente imediatamente depois de assumir suas funções, Webb retomou o envolvimento com os esquemas criminosos”, indicou o indiciamento do dirigente.

O que surpreenderia os investigadores americanos é que, em 2012, parte do dinheiro foi transferido para Webb usando uma empresa que estava construindo uma piscina em sua casa de Loganville, nos Estados Unidos. Outra parcela caiu na conta de um assessor e amigo de Webb, Costas Takkas. O laranja, porém, transferiria os recursos depois para a conta do dirigente esportivo.

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