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Se as ofensas racistas contra o goleiro santista Aranha na última quinta-feira (28), na partida diante do Grêmio, geraram revolta e comoção geral, era de se esperar que causasse ainda mais impacto em alguém que sofreu recentemente com o mesmo abuso. Vítima de racismo em fevereiro deste ano, em jogo do Cruzeiro no Peru, Tinga divulgou nota oficial nesta sexta (29) em apoio ao colega de profissão.

"Vi com enorme pesar as manifestações racistas ocorridas ontem, na Arena do Grêmio, com a tentativa de desestabilizar um companheiro de profissão. As imagens foram chocantes, provocando repulsa. É lamentável que em nosso País ainda vejamos com frequência episódios como esse. Não foi a primeira vez que nós, do futebol, somos vítimas de tamanho absurdo, mas, a cada novo constrangimento, fica sempre a esperança de que seja a última", disse o volante.

Em fevereiro, quando o Cruzeiro disputava uma partida da primeira fase da Libertadores diante do Real Garcilaso, Tinga foi hostilizado por torcedores peruanos, que imitavam macacos a cada vez que o jogador tocava na bola. A irrisória pena foi uma multa de US$ 12 mil dólares aplicada ao clube do Peru e o caso logo caiu no esquecimento.

Mas o racismo voltou a ser pauta no noticiário esportivo após o episódio envolvendo o goleiro Aranha. No fim da partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Grêmio, quando o Santos já vencia por 2 a 0, o atleta teve que ouvir torcedores adversários imitando macacos. Ao reclamar para o árbitro, viu as ofensas crescerem com gritos de "preto fedido" e "macaco".

"Quero aproveitar para deixar minha total solidariedade ao goleiro Aranha, profissional honrado e merecedor de todo o respeito. Vou continuar combatendo e condenando como sempre fiz qualquer tipo de preconceito, independente de acontecer com uma pessoa ligada ao futebol", comentou Tinga, afastado do esporte por uma grave lesão, sobre o caso.

As câmeras de tevê conseguiram flagrar a gremista Patrícia Moreira claramente gritando a palavra "macaco" para ofender Aranha. Nesta sexta-feira, ela começou a sofrer as consequências de sua atitude, ao ser afastada de seu emprego e atacada verbalmente nas redes sociais. Tinga, no entanto, pediu que a condenação não aconteça apenas a uma torcedora.

"Espero, também, que não seja feito nenhum julgamento hipócrita, com o intuito de condenar um ou outro torcedor sem que os verdadeiros responsáveis sejam apontados. Continuo acreditando que um dia ainda vamos viver em um mundo com mais justiça e menos desigualdades", apontou.

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