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Jeffrey Webb, presidente da Concaf detido na operação do FBI que investiga a corrupção na Fifa. | SZILARD KOSZTICSAK/EFE
Jeffrey Webb, presidente da Concaf detido na operação do FBI que investiga a corrupção na Fifa.| Foto: SZILARD KOSZTICSAK/EFE

O ex-vice-presidente da Fifa Jeffrey Webb pagou uma fiança de US$ 10 milhões (o equivalente a R$ 32 milhões) para aguardar seu processo em liberdade nos Estados Unidos. Webb, acusado pela Justiça norte-americana de corrupção, declarou-se neste sábado (18) “não culpado” diante de uma corte em Nova York. Num processo que promete levar meses, Webb aguardará uma decisão em prisão domiciliar. Mas, para isso, precisou depositar a fiança num pacote que incluiu bens de seus familiares, propriedades, carros e até ativos financeiros.

O dirigente foi o primeiro a ser extraditado da Suíça para os EUA. Mas, no caso de Webb, a viagem ocorreu de forma voluntária. Ele foi uma das sete pessoas presas no dia 27 de maio em Zurique. A decisão de ser extraditado pode ser interpretada como um sinal de que ele estaria disposto a colaborar e mostrar os caminhos internos da Fifa em troca de uma redução de sua pena.

O esquema

Por anos, Webb criou em torno de si uma aura de Mr. Clean ao ponto de apenas aceitar cortar o cabelo em um determinado local, que o cobrava apenas US$ 10. Se oficialmente ele havia sido eleito para a Confederação das Américas do Norte, Central e do Caribe (Concacaf) para substituir uma era de corrupção na entidade e limpar o local, a realidade é que Webb apenas perpetuou o sistema, inclusive pedindo mais dinheiro.

Ele ficaria com US$ 3 milhões e, em troca, assinaria um contrato com a empresa brasileira Traffic para dar os direitos exclusivos para que explorasse os direitos de TV dos jogos das Eliminatórias do Caribe para as Copas do Mundo de 2018 e 2022. O dinheiro era parte de um pacote de US$ 23 milhões em subornos que o empresário José Hawilla pagaria para a União de Futebol do Caribe.

Outros US$ 2 milhões seriam dados para Webb para os contratos da Concacaf para a realização da Copa Ouro a partir de 2013 e para a Liga dos Campeões da região. “Praticamente imediatamente depois de assumir suas funções, Webb retomou o envolvimento com os esquemas criminosos”, indicou o indiciamento do dirigente.

O que surpreenderia os investigadores americanos é que, em 2012, parte do dinheiro foi transferido para Webb usando uma empresa que estava construindo uma piscina em sua casa de Loganville, nos EUA. Outra parcela caiu na conta de um assessor e amigo de Webb, Costas Takkas. O laranja, porém, transferiria os recursos depois para a conta do dirigente esportivo.

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