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Apenas 1 ponto em 15 disputados e uma enorme suspeita sobre o crescimento do futebol africano. Desde 1974, quando o Zaire, único representante na primeira Copa da Alemanha, perdeu por 2 a 0 para a Escócia, a rodada inaugural não terminava de forma tão desfavorável para o continente. Os cinco times na disputa em 2006 não foram além de um empate e quatro derrotas.

Desempenho decepcionante para um continente que viu o número de vagas aumentar em 150% desde 90 (de duas para cinco), será sede da próxima Copa (na África do Sul) e recebeu elogios de personalidades do futebol. No fim da década passada, Pelé chegou a dizer que não demoraria para os africanos levantarem um título mundial.

Opinião que Costa do Marfim, Angola, Gana, Togo e Tunísia (todos estreantes, à exceção dos tunisianos) não justificaram em seus primeiros jogos na Alemanha. Muito menos seleções já tradicionais, como Camarões, Nigéria e Marrocos, que sequer passaram das Eli-minatórias.

E as perspectivas não são animadoras. Gana e, principalmente, Costa do Marfim tiveram bons momentos em suas partidas, mas não resistiram às favoritas Itália e Argentina, respectivamente. Como ficaram nos grupos mais difíceis, as derrotas na estréia podem ter sido decisivas. Os ganenses terão de superar Holanda e EUA, enquanto marfinenses ainda enfrentam Holanda e Sérvia e Montenegro em busca de uma vaga.

Até pela falta de ambição, a derrota por apenas 1 a 0 para Portugal chegou a ser comemorada nas ruas de Luanda, capital angolana. Como a classificação é um sonho alto demais, os Palancas Negras se contentariam com o primeiro gol ou a primeira vitória em Mundiais nos duelos com México e Irã.

O auge da decepção veio com Togo e Tunísia. Últimos representantes do continente a entrar em campo, não tinham pela frente adversários tão poderosos como os de seus vizinhos. Mas nem isso salvou o desempenho africano. Os togoleses perderam de virada para a Coréia do Sul e o primeiro ponto só veio ontem porque os tunisianos conseguiram nos acréscimos o gol de empate contra a Arábia.

Como não se deram bem nem contra times de nível técnico discutível, será uma grande surpresa se conseguirem melhor sorte perante seleções mais gabaritadas. Togo tentará a recuperação diante de Suíça e França. Já a Tunísia ainda enfrenta Espanha e Ucrânia.

Se o pífio aproveitamento de 6,6% não for melhorado na segunda rodada, a África corre sério risco de não colocar nenhum país na próxima fase, o que não acontece desde 1982. Pior. Se não vencerem, as seleções do continente podem ter apenas de cumprir tabela no terceiro jogo.

Mesmo sem brilho, a salvação de pelo menos um time já seria lucro para um continente que se acostumou a apimentar as Copas com sensações como Camarões (1990), Nigéria (94 e 98) e Senegal (2002).

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