• Carregando...

O futuro da Vila Capanema, com capacidade para 20 mil pessoas, melhor acabamento e modernização, continua passando pelo bolso e assiduidade da torcida paranista, mas também depende agora do desempenho do time em campo.

Assim como no ano passado, quando teve início a etapa de ampliação, a diretoria tricolor admite que só investirá no estádio com o apoio/financiamento do público. Fora isso, apenas em caso de conquista da vaga na Libertadores 2007.

"Primeiro, temos de pagar as contas dessa etapa inicial de reformas. Tivemos despesas que não estavam previstas. O orçamento estourou em R$ 500 mil", crava o presidente do clube, José Carlos de Miranda. O dirigente, porém, garante que levantará a Curva Sul (setor da Engenheiros Rebouças) se o time chegar ao torneio mais importante do continente. "Aí vamos para o sacrifício."

Já há um esboço de ampliação da praça esportiva para o próximo ano. "A médio prazo, se a torcida realmente retornar aos jogos, pensamos sim em ampliar o estádio. Nossa idéia é levantar um tobogã, com seis mil lugares, na área dos visitantes", confirma Márcio Villela, vice-presidente de planejamento.

Caso ocorra a esperada mobilização (ou o sucesso da equipe), o projeto prevê a criação de uma arquibancada não-curvilínea no setor onde ficam hoje os visitantes (a exemplo do Pacaembu). Com isso, o Durival Britto passaria a comportar 21 mil espectadores.

No jogo de quarta-feira contra o Fortaleza, na reabertura do local, 8.774 pessoas pagaram ingressos (foram colocados à venda 15 mil bilhetes). Arrecadou-se R$ 210.755,00 – metade do esperado.

Mas além de depender do custeio dos fãs para seguir a obra, o Paraná teria de enfrentar problemas técnicos, como por exemplo deslocar o gramado em direção à Curva Norte. Apenas dessa forma a sonhada edificação estaria enquadrada à Lei Municipal de Zoneamento Urbano.

O desejo de um novo ajuste na Vila tem pelo menos mais um empecilho: com o enquadramento do campo, quem pagou a mais pelo camarote central perderia o ponto privilegiado. "Mas o ângulo de visão não seria tão prejudicado assim. Sem problema", atenua Villela, um dos principais encarregados pela revitalização da Vila.

Com relação ao valor previsto para a segunda fase de obras, o clube prefere o silêncio. No início do ano, chegou-se a pedir um orçamento, mas o resultado – de acordo com os dirigentes – estaria agora defasado (justificativa para não divulgá-lo). "Quem fez reforma em casa sabe como é... O orçamento inicial é de tanto, depois sobe um absurdo", diz Miranda.

Se o passo número dois parece sair do imaginário, o terceiro soa atualmente como um devaneio. Os dirigentes imaginam construir um segundo anel em cima das sociais. Com isso, a Vila ganharia mais cinco mil espaços – chegando a 26 mil lugares.

O projeto, tratado meio sem jeito pelos idealizadores do "Vila, Tá na Hora!", compreende tirar a cobertura daquele setor, assim como as cabines de rádio e tevê. "Como eu já disse, quem vai ditar o futuro é a torcida", esquiva-se Villela.

Em conversas informais, a direção paranista parece mais preocupada com questões pontuais do sexagenário estádio. Deseja-se, entre outras, substituir os alambrados por fosso, colocar um placar eletrônico, assim como o replantio da grama (trocar de São Carlos para Bermuda), melhorias no vestiário e acomodações à imprensa.

Para se ter uma idéia, até viabilizar a abertura dos portões na rodada passada, o clube assegura ter gasto cerca de R$ 3 milhões. Em números, a quantia serviu para garantir mais quatro mil pessoas nas arquibancadas, assim como criar a estrutura de camarotes (que fomentou com as vendas R$ 1,8 milhão).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]