Gandula artilheiro comemora fama

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Uma "dupla de ataque" pra lá de inusitada, formada pelo auxiliar Marco Antônio de Andrade Motta Júnior e o gandula José Carlos Vieira, virou a sensação do futebol brasileiro. No domingo, na partida entre Santacruzense e Atlético Sorocaba, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), os dois foram protagonistas de um lance bizarro que, com a ajuda da árbitra Sílvia Regina de Oliveira, garantiu o empate para os donos da casa pela Copa Federação Paulista de Futebol.

Aos 44 minutos do segundo tempo, com o placar de 1 a 0 para os visitantes, a Santacruzense cobrou falta pelo lado direito do ataque, Alex recebeu, cruzou na área e Samuel desviou em direção ao gol. A bola foi para fora, passando rente à trave e tocando na haste que sustenta a rede. Porém, com a impressão de que a bola teria entrado, o bandeira Marco Antônio de Andrade disparou para o meio de campo anotando um gol que só ele viu.

Reparando a confusão do bandeira, o gandula José Carlos Vieira se aproximou da trave e, sem que Sílvia Regina visse, rolou malandramente com o pé a bola para dentro da meta, ao invés de devolvê-la para o goleiro fazer a reposição.

Não contente, José Carlos ainda contribuiu mais uma vez para alimentar a confusão. Quando a juíza se aproximou da trave em que aconteceu o "gol que ninguém viu", ele levantou a rede mostrando que a bola tinha entrado e saído pelo buraco. Silvia Regina embarcou na dele, na do assistente e confirmou o empate no finalzinho, mesmo sob forte pressão dos jogadores do Galo de Sorocaba.

Na segunda-feira, o vídeo do episódio já estava na internet, sendo veiculado em rede nacional pelos programas esportivos no período da noite, transformando assim o gandula em celebridade instantânea e fazendo a desgraça da atrapalhada arbitragem.

"Recebi ligação o dia inteiro hoje (ontem), nunca pensei que ia ficar famoso assim", disse José Carlos, 51 anos, professor de uma escolinha de futebol em São Caetano e gandula nas horas vagas. No entanto, a fama custará caro para o gandula, que acabou sendo banido do futebol pela Federação Paulista de Futebol (FPF), e o Santacruzense multado em R$ 50 mil, além de perder todos os mandos de jogo da copa.

Os "iludidos" da história também já receberam suas punições, sendo suspensos por 30 dias pela (FPF). Ambos reconheceram o erro. "Eu não tive confiança no que vi. Acabei seguindo meu assistente e errei", disse Silvia Regina, que apita há 26 anos.