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Por enquanto, pouca luz: Atlético e governo discutem amanhã a participação de Curitiba e da Arena da Baixada (foto) no torneio da Fifa | Antonio Costa/ Gazeta do Povo
Por enquanto, pouca luz: Atlético e governo discutem amanhã a participação de Curitiba e da Arena da Baixada (foto) no torneio da Fifa| Foto: Antonio Costa/ Gazeta do Povo

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Nova rodada de negociação

Marcio Reinecken e Robson De Lazzari

A realização do Copa de 2014 em Curitiba será definida amanhã. Embora a capital do estado seja uma das 12 sedes escolhidas pela CBF, será em uma reunião entre o poder público e o Atlético que ficará definido onde os jogos ocorrerão.

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Endividamento sempre foi rechaçado por atleticanos

Alheio às situações dos outros estádios brasileiros indicados para abrigar a Copa do Mundo, a atual diretoria do Atlético em momento algum mudou seu discurso sobre as obras da Arena da Baixada. Desde que assumiu o clube, em janeiro de 2009, o presidente Marcos Malucelli classificou o Mundial como um evento da cidade e garantiu que não endividaria o Rubro-Negro para "três ou quatro partidas de Copa".

"Não pegaremos nenhum centavo, de banco público ou privado, isso eu posso garantir. Não queremos comprometer o futuro do Atlético com uma dívida impagável", afirmou Malucelli, em agosto de 2009, um dia após o governo federal anunciar linhas de financiamentos para adequação das praças esportivas. "Queremos concluir a Arena dos interesses do Atlético. Não a dos interesses da seleção brasileira", disse, na semana passada, a vice-presidente Yara Eisenbach.

Antes da gestão Malucelli, o ex-mandachuva do Furacão, Mário Celso Petraglia, também dizia que o clube não deveria bancar as reformas sozinho. No entanto, o ex-dirigente nunca descartou empréstimo do BNDES ou achar algum investidor que aceitasse ser parceiro na construção. (RL)

  • Projeto de reformulação do estádio Beira-Rio: as obras já começaram

Diferentemente do Atlético, que está tendo de se desdobrar para ter auxílio externo com o objetivo de concluir a Arena da Baixada para a Copa de 2014, o Internacional garante que não terá esse problema. Segundo o vice-presidente de pa­­trimônio do clube gaúcho, Emí­­dio Ferreira, o Colorado irá se virar sozinho para adequar seu estádio às necessidades impostas pela Fifa.

A única ação do poder público, conforme a reportagem apurou, será a redução dos impostos que resultará no barateamento dos materiais de construção utilizados nas reformas.

Com uma obra orçada em R$ 150 milhões, Ferreira explicou como é possível o Inter bancar as alterações sem ajuda alheia.

"Estamos vendendo o estádio dos Eucaliptos [antiga casa do time, desativada desde 1969], o que deve render cerca de R$ 25 milhões. Com isso teremos condições de fazer a obra até o ano que vem", garantiu o dirigente.

Porém, a maior parte destes recursos, cerca de R$ 100 milhões, virá dos próprios colorados. "Venderemos 100 suítes no Beira-Rio, com 20 lugares, para serem usadas por 10 anos ao custo de R$ 1 milhão cada uma", contou Ferreira. Questionado se este valor não era muito alto, o dirigente explicou que o objetivo é atender empresários, que poderão utilizar os camarotes também para reuniões. "No final, o custo por pessoa é cerca de R$ 150 por jogo. Este é o valor das cadeiras em um Grenal."

O restante do dinheiro necessário seria conseguido com algum empréstimo, mas a expectativa é que a isenção de impostos faça com que ele não seja necessário. Apesar disso, o dirigente do Inter­­nacional afirmou que a intenção é utilizar as vantagens de descontos nas taxas estatais para fazer mais obras para o torcedor, como um edifício garagem.

A previsão de conclusão do Beira-Rio para a Copa é o final de 2012 (limite para poder receber partidas da Copa das Confe­­dera­­ções do ano seguinte). Já a cobertura, que não é obrigatória para o Mundial, deve ficar pronta durante o ano de 2013. Será utilizada uma membrana chamada PTSE, como a que foi colocada na Copa da África do Sul no estádio de Port Elizabeth, onde o Brasil foi eliminado pela Holanda. Durante todo este período, Ferreira garante que o time não precisará sair do seu estádio, tendo que no máximo in­­terditar alguns setores.

Há 10 dias, o presidente Lula e o ministro dos Esportes, Orlando Sil­­va, estiveram no estádio colorado pa­­ra dar início oficialmente às obras para o Mundial. Na ocasião, só elogios à direção da equipe gaúcha. "É um exemplo de organização no Brasil. Estou lisonjeado de ver um clube caminhar com suas próprias pernas para se preparar para a Copa do Mundo", afirmou o presidente.

Orlando Silva também destacou o exemplo. "O Internacional e a cidade de Porto Alegre devem servir de inspiração para o restante do Brasil, pois é um estádio privado que faz obras para a Copa e, além de disponibilizar essa estrutura para o Mundial, vai usufruir disso tudo", disse o ministro ao site oficial do clube.

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