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"Não renuncio". Assim, de forma enfática, o presidente do Coritiba Giovani Gionédis abriu a longa entrevista coletiva concedida ontem, no Couto Pereira, após dez dias de silêncio absoluto.

Respaldado por cinco dos oito outros membros do Conselho Administrativo alviverde (André Ribeiro, Luiz Henrique Barbosa Jorge, José Augusto Arruda, Dante Luiz Millarch e Paulo Renato Heyn), o dirigente respondeu à manifestação de parte da torcida que no sábado pediu a sua saída da presidência do clube.

"Nem eu nem toda esta diretoria que está aqui irá renunciar. Isso é para os covardes, para os fracos... Vou encerrar este meu período no Coritiba no fim de 2007", disse ele, garantindo não ser candidato à reeleição depois de três mandatos consecutivos (completará seis anos no cargo no próximo ano), obtendo dois títulos paranaenses (2003/04) e a classificação à Libertadores de 2004.

"Não colocaria a minha cabeça no travesseiro se renunciasse ao Coritiba, entregando o clube na mão das mesmas aves de rapina que por aqui passaram", completou o cartola, iniciando – e rebatendo – a série de ataques direcionados à oposição.

Em mais de uma hora e meia de conversa, Gionédis passou a limpo todas as questões polêmicas de sua administração, motivo alegado pela ala de conselheiros descontentes, que na sexta-feira passada protocolou no Conselho Deliberativo o pedido de convocação de uma assembléia geral para a votação do processo de impedimento do presidente coxa-branca.

"O estatuto do clube não fala em impeachment, fala em cassação. Mas isso em caso de improbidade. O que a oposição alega? Dizem que eu só falo de saneamento por ter amortizado os débitos dessas mesmas pessoas (algo em torno de R$ 23 milhões segundo a conta da situação) que levaram o Coritiba a uma questão de insolvência, que sangraram os cofres do clube", argumentou.

"Vocês acham que eu gosto de pagar dívidas dos outros? Que eu prefiro pagar R$ 12 milhões ao Bradesco (débito que levaria o CT da Graciosa a leilão) e deixar de contratar cinco reforços para ser campeão brasileiro", acrescentou.

O cartola comparou ainda suas conquistas com a de gestões anteriores, focalizadas no trabalho dos opositores João Jacob Mehl, Marcos Hauer, Tico Fontoura, Édson Mauad e Francisco Araújo. "Os meninos eu vou deixar de lado. Me diz, por exemplo, o que o Francisco Araújo ganhou. Ele tem o título de vice-campeão de endividamento do clube. O campeão é o Jacob."

Além da investigação que corre no Conselho Deliberativo para averiguação da suposta falsificação da assinatura do ex-presidente Evangelino da Costa Neves, um grupo de torcedores protocolou no poder legislativo alviverde um abaixo-assinado com 1.058 assinaturas "exigindo a imediata destituição do presidente Giovani Gionédis e de sua diretoria, conforme autoriza o art. 59, I, da Lei n.° 11.127, de 28 de junho de 2005."

O principal dirigente do Coritiba apresentou também os balanços da Coritiba S/A para desmentir que o braço empresarial do clube, criado em 2002, seja uma caixa-preta. "Não existe movimentação bancária. A empresa recebe do C13 para não haver penhora e repassa para o pagamento da folha salarial", afirmou.

Interatividade

Giovani Gionédis agiu bem ao não renunciar à presidência do Coritiba? Escreva para leitor@gazeta dopovo.com.br.

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