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São Paulo – Os escândalos envolvendo a parceria MSI/Corinthians continuam a se suceder. A TV Globo divulgou ontem trecho de escuta gravada pela Polícia Federal que mostra que, apesar de o fundo de investimento não mandar dinheiro desde maio de 2006, Kia Joorabchian tinha muito poder no clube em junho de 2007. A ponto de mandar o empresário Renato Duprat repassar nove jogadores do Corinthians para o Ituano e formar nova parceria.

"Tira Carlos Alberto, [Marcelo] Mattos, [Eduardo] Ratinho, Willian, Lulinha, mais um... Dentinho, Kadu, Zelão e Éverton [Santos]. E aí acabou! Faz uma parceria rápida com o Ituano, coloca tudo lá e acabou a co-administração", dizia Kia. "E termina essa situação de lavagem de dinheiro", completa o iraniano.

O advogado de Kia, Roberto Podval, fez questão de responder por seu cliente, que está com prisão preventiva pedida pela Justiça Federal. "O que eu posso dizer é que não há nenhum ato ilícito feito pelo Kia. Vou tentar revogar o pedido de prisão preventiva dele", afirmou. "No Brasil é tudo ao contrário. Deveriam interrogá-lo antes de pedir a sua prisão preventiva." O advogado não quis confirmar se o iraniano virá ao Brasil em novembro depor, como a PF espera.

Edson Tomba, vice-presidente do Ituano, nega que o seu clube estava à disposição de Kia. "Eu pedi para o Duprat arrumar uma parceira, um investidor, para nós. Isso foi em maio. Ele disse que não tinha dinheiro, mas ficou de ver isso para a gente", explicou. "Mas nunca comentou sobre o Kia. Meu contato com Duprat acabou aí. Nunca mais ele me deu retorno. Estou surpreso com essas declarações dele."

O presidente do Bragantino, Marquinhos Chedid, também desmentiu Kia. "Kadu, Zelão e Éverton pertencem ao Corinthians e ao Bragantino. Não tenho e nem quero ter nenhuma ligação com a MSI" disparou.

"Nunca falei com o Kia, não entendo por que ele falou sobre os nossos jogadores sem ter direito. Nem me interessa saber."

Para piorar, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) descobriu notas fiscais frias com a assinatura do atual presidente do Corinthians, Clodomil Orsi. Segundo o procurador José Reinaldo Carneiro, isso não dá garantias de que Orsi faça parte do esquema que desviou pelo menos R$ 436,5 mil dos cofres entre os anos de 2000 e 2005.

"O Clodomil é quem assinou essas notas. Eu vi, não dá para negar. Ele sabe que colocou o nome em notas frias", acusou o ex-vice de futebol, Rubens Gomes.

O presidente licenciado do Corinthians Alberto Dualib, réu em processo na Justiça Federal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha no caso da parceria com a MSI, afirmou que as escutas telefônicas da Polícia Federal não servem de prova contra ele.

"No telefone, 95% do que se fala não acontece e isso não serve de prova’, alegou o cartola que comandou o clube por mais de uma década. "No telefone, todo mundo fala tudo. Fala muitas vezes coisas que não deve falar e que não acontece."

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