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O Grêmio entrou em uma daquelas fases em que nada é ruim ao ponto de não poder ficar pior. Não bastasse a atuação nula no Gre-Nal, o desempenho sofrível contra o Ypiranga e os repetidos erros do técnico Celso Roth, surgiu o Santa Cruz para acabar de vez com a paz tricolor. Com time misto, o Grêmio jogou muito mal, quase pegou no sono em alguns momentos e levou 3 a 2 nos Plátanos. Consequência: a guilhotina está alguns centímetros mais próxima do pescoço do técnico Celso Roth.

Já são quatro partidas consecutivas sem vencer, uma pela Libertadores e três pelo Campeonato Gaúcho. A crise é forte no Olímpico. Com um time perdido e instável emocionalmente, a troca de treinador é iminente no clube. Já não se pode descartar que aconteça até antes do jogo de quarta-feira, na Colômbia, contra o Boyacá Chicó, pela Libertadores.

Se Roth conseguir se equilibrar na corda bamba até lá, defenderá seu emprego na cidade de Tunja, palco da partida. Perder significa demissão. Empate só é aceitável se jogar bem.

Abriu a boca, comeu mosca

Os jogadores do Grêmio prometeram correr por Celso Roth. Só não avisaram que também dormiriam em homenagem a ele. Quando o time parecia entrar nos trilhos, sofreu pane geral em Santa Cruz do Sul. Sonolento, o Tricolor abriu a boca para bocejar e acabou comendo mosca nos Plátanos. Assim, transformou em preocupação um primeiro tempo que parecia tranquilo.

Tudo corria bem para o Grêmio. Dono do jogo, o time de Roth controlava o adversário. Tcheco acertava os lançamentos, Douglas Costa incomodava na base da correria, Reinaldo e o estreante Maxi López preocupavam os zagueiros, encucados com a presença de área da dupla. O gol poderia ter acontecido aos cinco minutos, em cabeceio de Heverton, aos dez, em chute de Thiego, ou aos 16, em tiro cruzado de Maxi López. Mas ficou para um pouco depois.

Foi aos 20 minutos. Tcheco bateu falta pela esquerda na área e Reinaldo desviou de leve, um toque quase imperceptível, para fazer 1 a 0. Nada mais natural em uma partida amplamente dominada pelo Grêmio até aquele momento.

E foi aí que bateu a bobeira na turma de azul. O Tricolor se acomodou, passou a aceitar as investidas do Galo e, como consequência, levou a virada. O primeiro gol foi todo esquisito. Um lançamento despretensioso acabou na cabeça de Rafael Pati, que estava na linha da grande área. A bola viajou na direção do gol, subiu, encobriu Victor e entrou. Um gol de cabeça da entrada da área, com falha de Victor, começava a abalar o Grêmio.

Antes, Douglas Costa perdera gol feito ao receber livre pela esquerda. Ele falhou naquilo que Polaco, do Santa Cruz, foi perfeito: o chute em diagonal. Aos 40 minutos, Rafael Pati mandou na direita para o lateral do Galo, que desviou de Victor para fazer 2 a 1. Foi a senha para iniciarem os gritos de "fora, Roth".

Um gol para cada lado

O segundo tempo não aliviou a situação do Grêmio. Além das falhas técnicas e do desequilíbrio tático, o time tricolor passou a apresentar instabilidade emocional. O zagueiro Rafael Marques correu o risco de ser expulso ao deixar o braço no rosto de um adversário. Herrera, que entrou no lugar de Maxi López, reclamou forte e levou amarelo.

O mais assustador no Grêmio foi a zaga, completamente perdida. Com oito minutos do segundo tempo, ninguém se preocupou em evitar que Eraldo, de cabeça, fizesse 3 a 1 para o Tricolor.

O Santa Cruz ampliou a vantagem e parou. Bateu o cansaço. O Grêmio conseguiu colocar os pés no chão e a cabeça no lugar para voltar a ameaçar. Saimon, aos 20, mandou chute na trave. Foi o indício do gol que sairia aos 27. Tcheco apareceu bem pela direita e mandou para Herrera completar: 3 a 2.

O Grêmio partiu em busca do empate. Reinaldo perdeu gol feito. A bola passou a voar pela zaga do Galo. Não faltou insistência. Mas faltou o gol. E, sem o gol, Celso Roth que se segure, porque a crise cresceu.

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