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Aranha foi cercado pela imprensa ontem na chegada ao Rio | Marcos de Paula/ Estadão Conteúdo
Aranha foi cercado pela imprensa ontem na chegada ao Rio| Foto: Marcos de Paula/ Estadão Conteúdo

Após os atos de racismo contra o goleiro Aranha, do Santos, o Grêmio confirmou que cinco torcedores envolvidos já foram identificados pelas câmeras do estádio. Dois deles são sócios do clube e foram suspensos. Os outros três também serão impedidos de acompanhar os jogos na Arena Grêmio. Os nomes não foram revelados. Com essas medidas os dirigentes tentam evitar uma punição ao Tricolor gaúcho.

Há a possibilidade de o jogo de volta entre as duas equipes pelas oitavas de final da Copa do Brasil, marcado para quarta-feira, na Vila Belmiro, ser adiado. "Queremos avaliar a denúncia, para a comissão disciplinar julgar, antes que haja o outro jogo", revelou Paulo Schmitt, procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

"Entre as penas existe inclusive a exclusão do Grêmio da competição", disse Schmitt. Caio César Rocha, presidente do STJD, lembra que desde 2009 a Fifa tem adotado uma postura muito rigorosa contra o racismo. "Quando há comprovação de gravidade e provas incontestáveis, o rigor das penas é uma consequência natural, porque não se pode admitir esse tipo de conduta humana", afirmou.

O clube gaúcho será denunciado por ato discriminatório e responderá por infração ao artigo 234-G do CBJD. A possibilidade de ver o clube ser eliminado uniu os dirigentes, que estão tomando as medidas necessárias para evitar a punição mais pesada.

Fábio Koff, presidente do Tricolor, repudiou os atos de racismo e disse que o clube trabalhará em parceria com a Polícia Civil, fornecendo imagens do circuito interno do estádio. "Identificaremos todos. O Grêmio fará o possível para ajudar as autoridades em busca da verdade e da responsabilização daqueles que cometeram o ato. A pena não pode ultrapassar o limite daquele que praticou. Quem está ao lado não pode sofrer a consequên­cia", disse o cartola, que pretende entrar em contato com o goleiro santista para pedir desculpas formais.

A torcedora Patricia Mo­reira, que aparece nas imagens da ESPN Brasil chamando Aranha de "macaco", foi identificada e acabou afastada de seu trabalho como auxiliar de saúde bucal em uma clínica que presta serviço à Brigada Militar, em Porto Alegre. Ela apagou seus perfis nas redes sociais, mas será intimada a prestar depoimento. Em caso de condenação por injúria qualificada por racismo, os envolvidos podem pegar de um a três anos de reclusão.

Aranha registrou ontem um boletim de ocorrência na 4.ª Delegacia de Polícia, na zona norte de Porto Alegre, dizendo que foi chamado de macaco e parte da torcida fazia gestos característicos do primata. "Ele relatou os fatos e representou criminalmente contra essas pessoas que aparecem nas imagens. Confirmou que foi ofendido e nos deu orientação para identificá-las", contou o chefe de investigação Lindomar Souza. Em seguida o goleiro embarcou para o Rio, onde o Santos joga contra o Botafogo no domingo pelo Brasileiro.

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