• Carregando...
O argentino Maxi López chega à delegacia, de madrugada, para se defender da acusação de racismo feita pelos cruzeirenses | Carlos Roberto-Jornal/Hoje em Dia
O argentino Maxi López chega à delegacia, de madrugada, para se defender da acusação de racismo feita pelos cruzeirenses| Foto: Carlos Roberto-Jornal/Hoje em Dia

Belo Horizonte - A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou ontem um inquérito para apurar a acusação de racismo feita pelo volante Elicarlos, do Cruzeiro, contra o atacante argentino Maxi López, do Grêmio, durante a primeira partida entre os dois times na noite de quarta, no Mineirão, pela semifinal da Libertadores.

Após a vitória cruzeirense por 3 a 1, já na madrugada de ontem, Elicarlos registrou ocorrência na delegacia de plantão do próprio estádio, afirmando que foi ofendido por Maxi López, que o teria chamado de "macaco" aos 25 minutos do segundo tempo. O inquérito foi instaurado pela 16ª DP da capital mineira.

Aos delegados de plantão no Mineirão, Maxi López negou a ofensa. Em nota divulgada, o delegado Daniel Barcelos alegou que não foi lavrado flagrante "por se tratar de denúncia verbal, verificando-se contradição e parcialidade nos depoimentos dos jogadores (testemunhas) de ambos os times".

O caso, porém, repercutiu até entre a mais alta autoridade estadual. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que assistiu ao jogo, classificou o episódio como "absolutamente lamentável". "É preciso que isso tenha consequências. Não há outra palavra, é crime e precisa ser punido", declarou o governador.

Já o delegado afirmou que considerava prematura qualquer conclusão do caso. "É a versão de um contra a versão de outro. E sabemos todos nós do calor de uma partida de futebol, das discussões, dos xingamentos entre os jogadores", explicou.

Após a partida, houve muita confusão no Mineirão. O ônibus do Grêmio foi impedido de deixar o estádio para que Maxi López fosse conduzido à delegacia. O veículo chegou a ser cercado por policiais.

O atacante argentino alegou que teve apenas uma discussão "normal de futebol e que em momento algum usou qualquer termo depreciativo".

No desembarque em Porto Alegre, Maxi foi recebido calorosamente pela torcida. Mais tarde, em entrevista coletiva, reafirmou que não usou de termos racistas para discutir com Elicarlos e acusou os cruzeirenses de terem programado a confusão com antecedência. Falou ainda que é difícil para um argentino trabalhar no Brasil e vice-versa. "Já fui chamado de argentino disso, daquilo, mas são coisas do futebol, tem de morrer ali".

Do outro lado, o meia Wágner confirmou ter ouvido o adversário usar o termo "macaco" para xingar Elicarlos. "Ele tem de ser homem para assumir o que fez", desafiou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]