Guerrón dá sabor de vitória a empate com o Botafogo

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É clichê, mas é verdade: o empate do Atlético com o Botafogo, por 1 a 1, no Engenhão, teve um sabor de vitória para os rubro-negros. Isso porque o gol do Furacão ocorreu aos 45 mi­­nutos do segundo tempo, em uma bela jogada de Guerrón, que puxou um contra-ataque rápido, driblou o zagueiro Fábio Ferreira e chutou forte, marcando pela primeira vez com a camisa atleticana.

A maior contratação da história do Furacão demorou 14 rodadas para desencantar. Após estrear no dia 31 de julho, na derrota para o Fluminense, Guerrón jogou 11 das 14 partidas seguintes.

O detalhe curioso é que, contra o Botafogo, pela primeira vez o equatoriano atuou os 90 minutos, tendo, antes disso, começado como titular seis vezes e saído no decorrer dos con­­frontos. Já em outros quatro jo­­gos, o atacante entrou no meio das partidas.

Agora, após marcar pela primeira vez, o gringo garante que era o que faltava para que seu futebol crescer cada vez mais. "Acredito que eu precisava de um gol para ter mais confiança. Daqui para frente vai ser o Guerrón que todos querem ver, como em 2008", prometeu o atacante, falando em terceira pessoa e lembrando o ano em que se destacou ao ser campeão da Libertadores pela LDU.

Após a partida, o técnico Paulo César Carpegiani comentou sobre o desempenho do equatoriano, confirmando que chegou a pensar em tirá-lo para a entrada de Thiago Santos, mas no fim optou pela saída do Maikon Leite por confiar na capacidade do jogador convocado recentemente para a seleção do Equador. "Eu passei os 45 minutos do segundo tempo insistindo, pedindo para ele fazer a jogada individual", assumiu o treinador.

Diante de tanta insistência do comandante rubro-negro, o próprio Carpegiani comentou que o atacante não ficou muito feliz. "O Guerrón ficava emburrado quando eu dizia que ele podia decidir, mas em uma jogada individual acabou conseguindo o empate", afirmou.

O equatoriano confirmou o "bico" em campo. "São circunstâncias do jogo. Eu estava com a cabeça quente, mas tenho de entender. Tem de ter um pouco de paciência", ponderou Guerrón. "Vamos seguir brigando por uma vaga na Liberta­­do­res", garantiu.

O gol do estrangeiro fez com que os jogadores atleticanos saíssem com a sensação de vitória e de que o sonho de participar do torneio continental ainda é possível, mesmo es­­tando a seis pontos do G3.

Porém, devido ao melhor futebol apresentado na etapa final, quem parecia ter encarado o empate como uma derrota foi justamente o treinador rubro-negro. "Nós não podemos nos contentar com pouco. Nós deixamos de ganhar dois pontos", la­­mentou Carpegiani.