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Buenos Aires - O status de melhor do mundo faz de Lionel Messi a principal esperança da seleção argentina já há algum tempo. Mas é pouco para transformar o gênio do Barcelona no jogador mais querido do conjunto alviceleste. Atualmente, Carlos Tevez tem espaço privilegiado no coração do torcedor.

Para a Copa América, ele chegou a ser descartado pelo técnico da seleção Sergio Batista. Posição que teve de ser revista pelo ex-atleta tamanha a gritaria da galera. E, no último amistoso antes da disputa, diante da Albâ­­nia, o estádio sossegou somente quando Carlitos entrou no gramado.

Dois motivos explicam a curiosa adoração. O primeiro é o fa­­to de Messi ter abandonado a ter­­ra natal ainda moleque, aos 12 anos, com destino à Europa, on­­de posteriormente seria aproveitado pelas categorias de base do Bar­­ça – Leo, como também é cha­­mado, jamais atuou profissio­­nal­­mente por um time argentino.

A trajetória de Tevez é oposta. O feioso do Manchester City cresceu e foi ídolo no Boca Juniors, equipe mais popular da Argentina. Envergando a camisa xeneize, conquistou simplesmente tudo – título argentino, da Libertadores, Sul-Americana e Mundial – antes de ser negociado com o Corinthians.

"A razão primordial é essa mesmo. Ninguém viu Messi jogar em solo argentino. Isso faz diferença. Enquanto Tevez tornou-se figura de destaque por aqui. Isso não quer dizer que o povo não goste de Messi", afirma Adolfo Imas, diretor da revista da Associação de Futebol Argentino (AFA).

A outra explicação aponta para o estilo de jogar bola de Tevez, marcado pela disposição. "Ele mostra no gramado o sangue do índio argentino. Joga pela camisa", declara Facundo Amor, dono de uma banca de jornal na Rua Florida. A incrível técnica de Messi não comove tanto.

Vontade de vencer forjada nos bosteros (campos de pelada cheios de barro) do bairro Fuerte Apache, local mais perigoso e extremamente pobre da Grande Buenos Aires, onde Tevez nasceu e cresceu. No prédio em que o jogador morou, há uma imagem gigantesca dele grafitada em uma das laterais.

"Carlitos é o nosso exemplo. Todos nós sonhamos um dia ser como ele. Mesmo muito rico, ele sempre aparece por aqui, para rever os amigos. Ele é muito humilde e legal", revela um dos meninos jogando bola pelas diversas canchas da região. "Ele é o Apache", completa.

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