• Carregando...

Repressão

Juizado seria alternativa

Combate à bebida alcoólica nos entornos dos estádios e reuniões pré-clássico são as principais medidas tomadas pelo Ministério Público Estadual no combate à violência relacionada ao futebol. Entretanto, uma nova ideia vem sendo amadurecida e estudada pelo órgão e poderia ser uma alternativa aos Atletibas com torcida única: a implantação do juizado especial para crimes do esporte.

"Crimes menores seriam julgados na hora, normalmente com penas paliativas que impeçam esse torcedor de frequentar o estádio por um bom tempo", explica o promotor do MP-PR, Ciro Expedito Scheraiber, presidente coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor. Entre as punições, palestras educativas e trabalho social-comunitário. "O processo ficaria muito mais rápido", garante o promotor.

O estudante de Direito João Hen­rique Mendes Xavier Vianna, 21 anos, não teve confirmada, até a noite desta terça-feira (27), sua morte encefálica, diferentemente do noticiado por diversos órgãos de imprensa, inclusive a Gazeta do Povo. O rapaz, torcedor do Atlé­­tico, atropelado após o Atletiba no domingo, segue internado em es­­tado gravíssimo na UTI do Hospital do Traba­­lhador, em Curitiba.

No fim da tarde de segunda-feira, fa­­miliares do jovem afirmaram à reportagem da Gazeta do Povo que Vianna teria sofrido morte ce­­rebral. Na tarde de ontem, porém, o hospital afirmou em nota oficial que o pa­­ciente "está em coma profundo devido ao grave trauma sofrido". No início da manhã de ontem, segue o documento, a equipe mé­­dica realizou "um protocolo para a realização de exames para verificar a morte en­­cefálica, que não foi confirmada".

Durante o procedimento, Vian­­na teve um espasmo respiratório. O médico neurologista diretor da UTI Geral do Hospital de Clínicas da Universidade Federal (UFPR), Hi­­-pólito Carraro Júnior, ex­­plica que uma resposta respiratória é sufici­ente para interromper o protocolo.

"A morte encefálica é constatada depois de uma série de exames", diz o especialista. O primeiro é clínico, com testes de respostas de re­­­flexos, para verificar o funcionamento dos pares cranianos (ligados ao tronco cerebral, responsável pelos controles vitais).

Segue-se o teste de apneia, em que os aparelhos respiratórios são desligados por instantes. Caso não haja sinal de respiração, faz-se o exame complementar – eletroen­cefalograma (que indica se há atividade elétrica na região cerebral) ou doppler transcraniano (verifica a velocidade e direção da corrente sanguínea no cérebro). O último passo para confirmar uma morte encefálica é um novo exame clínico, feito por neurologista es­­peci­alizado, seis horas após o primeiro.

Até o fechamento desta edi­­ção,Vianna seguia assistido no hospital. Uma nova análise de seu quadro clínico, afirma a nota, seria feita após "aguardar entre 12 a 24 horas para saber da evolução do quadro". A família do estudante pre­­fere não comentar as informações veiculadas na imprensa.

O condutor do carro que atropelou João Henrique, o estudante Krystopher Martins Salvador Lopes, torcedor do Coritiba, segue preso na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran). Seu advogado, Benedito de Paula, protocolou ontem o pedido para que o rapaz responda em liberdade pelo caso.

"Ele está abalado pelo desencontro das informações sobre o estado de saúde do jovem", diz o advogado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]