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Diego Hypólito teve de enfrentar mais uma decepção olímpica | Reuters
Diego Hypólito teve de enfrentar mais uma decepção olímpica| Foto: Reuters

Brasil faz transição no time feminino

Marcos Xavier Vicente, enviado especial

A estreia da seleção feminina de ginástica artística na Olimpíada hoje, nas provas qualificatórias, das 7 às 16 horas (de Brasília), marca o início da transição das duas ginastas mais vitoriosas do país para uma nova geração, que pretende seguir o mesmo caminho. Daiane dos Santos, 28 anos, e Daniele Hypólito, 27, têm em Londres não só a função de buscar um bom resultado, mas também o de passar experiência para as outras três ginastas. Principalmente à dupla Bruna Leal e Harumi de Freitas, de 19 e 17 anos, respectivamente. Isso por que entre as duplas de veteranas e novatas está a curitibana Ethiene Franco, 20 anos, que aproveita para pegar apoio dos dois lados da balança antes do início da competição.

De Daniela e Dayane, de quem foi parceira nos Jogos de Pequim, Ethiene diz que ganha a confiança para tentar a melhor execução nas provas. De Harumi e Bruna, que disputam a primeira Olimpíada, a paranaense ganha o entusiasmo. "Treinar com a Dani e a Dayane é muito gostoso. Elas me ensinam muito, me ajudaram a amadurecer no meu esporte. Com elas por perto, fica mais fácil controlar o nervosismo", afirma Ethiene.

A confirmação de que Harumi faria parte da seleção foi uma boa notícia para Ethiene – ela substituiu Adrian Gomes, que teve uma lesão na vértebra. As duas treinam juntas em Curitiba e agora serão parceiras nos Jogos Olímpicos. "Foi muito bom saber que ela ficaria para a Olimpíada, porque como treinamos juntas, sabemos o que cada uma passou para estar aqui", enfatiza.

Chance

Em 2008, a equipe feminina foi finalista pela primeira vez em uma Olimpíada. Feito que Danielle Hypólito diz acreditar que pode ser repetido em Londres. "Finais são possíveis. E na ginástica, quando você entra na final, zera tudo. Em um minuto, ali no solo, tudo pode mudar. Então temos de lutar para entrar na final, porque ali a coisa muda de figura", afirma a veterana.

  • Diego Hypólito cai durante série classificatória e se despede de Londres

O pesadelo, mais uma vez. Assim como havia acontecido em Pequim-2008, o principal nome da ginástica masculina brasileira caiu durante a sua apresentação no solo e foi eliminado dos Jogos Olímpicos. Na China, Diego Hypólito errou o salto na final e caiu sentado. Ontem, na fase classificatória, tombou com o rosto chão. Adeus a Londres-2012 e novo drama a ser digerido na carreira do ginasta.

"Cai de cara, de novo. Minha competição foi uma vergonha. Não sei o que acontece comigo. Fico triste por tudo isso. Tantas pessoas confiaram em mim e se decepcionaram", lamentou. "Agora, o pesadelo de novo e mais quatro anos de espera", afirmou o bicampeão mundial.

A falha ocorreu 23 segundos depois do início da série e de uma sequência difícil de saltos. "Não sei, não sei, amarelei, só pode ser isso. Minha perna fraquejou, estava amolecida na hora do impulso. Não sei se estava nervoso demais", tentou justificar Hypólito, que vinha sentindo dores nos dois pés durante os treinos.

Segundo o ginasta, o erro foi igual ao cometido em uma competição recente na Croácia e havia ocorrido na série realizada de ontem pela manhã. Assim, quando ele caiu à tarde, outros atletas tinham obtido notas superiores o que configurava a sua eliminação. "Era o meu sonho. Mas cai de nariz de novo."

Bastante abatido, Diego chegou a questionar a continuidade na carreira, mas resolveu reconsiderar. "Às vezes não sei nem até onde vou conseguir mais. Não penso em parar. Mas sei que vai ser difícil reconquistar. É a segunda Olimpíada que caio", acrescentou.

Outro lado

Se o dia foi dramático para Diego Hypólito, o ginasta Arthur Zanetti praticamente garantiu a sua classificação para a final. Candidato à medalha nas argolas, o brasileiro teve bom desempenho em uma série sem erros, com duração de cerca de um minuto, obtendo a nota de 15,616. A decisão das argolas será no dia 8. Já Sérgio Sasaki se classificou como o sexto no individual geral.

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