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Roberto Costa e Alcindo, dupla comanda o Foz Cataratas FC | Christian Rizzi/Divulgação
Roberto Costa e Alcindo, dupla comanda o Foz Cataratas FC| Foto: Christian Rizzi/Divulgação

Até semana passada, o ex-atacante Alcindo levava uma vida tranquila plantando soja e milho em São Miguel do Iguaçu, no extremo Oeste do Paraná. Agora, o ofício de fazendeiro, adotado após a aposentadoria dos gramados, vai dar lugar a uma nova experiência no futebol. Ontem, Alcindo foi apresentado como o novo técnico do Foz Cataratas F.C., um dos times de futebol feminino mais fortes do país.

Ao seu lado na comissão técnica estará, como preparador das goleiras, Roberto Costa, ídolo do Atlético e do Vasco na década de 80. Há vinte anos, eles seriam o reforço dos sonhos de qualquer time. Roberto Costa tinha dois troféus Bola de Prata (dado pela revista Placar) e Alcindo fazia sucesso no Flamengo, ao lado de Zico e Renato Gaúcho – Alcindo ainda faria fama no Japão nos anos 90, defendendo as equipes do Kashima Antlers, Verdy Kawasaki e Consadole Sapporo. Existe até estátua do jogador no país oriental. Hoje, os dois tentarão provar que estão à altura do desafio de treinar um time feminino.

Roberto Costa tem mais experiência do que o colega. Já treinou o time rival do Foz Cataratas FC, o Foz do Iguaçu FC, e conseguiu bons resultados. Para ele, treinar mulheres é uma questão de jeito. "A única grande diferença para os homens é o fator psicológico. Tem de conversar muito. E a parte física não pode ser tão intensa como é a do masculino", diz.

Com um elenco de 21 jogadoras e uma folha salarial de R$ 50 mil por mês, bancada pela Itaipu Binacional, boa para os padrões do futebol feminino, o time tem estrutura para ir longe. Isso é o que espera Costa. "Nossa expectativa é ir até a final da Copa do Brasil". O time já foi vice do mesmo torneio, em 2010, e campeão, em 2011.

O primeiro desafio é a Chapecoense, amanhã, às 16 horas, pela Copa do Brasil, na Arena Condá. Alcindo confessa estar ansioso. "Estou com mais dor de barriga do que as meninas." Sobram razões para o nervosismo. O novo técnico ainda não teve nem sequer tempo de decorar o nome das comandadas. "Só Carol tem umas quatro. Uso o velho truque de chamar pelo número: 'volta 7, corre 5'",conta.

Experiência prévia com futebol feminino também é quase nula, a não ser pelo que viu na tevê. "Sempre assisti muitos jogos de futebol feminino. Sou do tipo que liga a televisão e deixa em qualquer jogo que esteja passando." Por isso, ligou para alguns amigos para pedir dicas, inclusive um ex-técnico da seleção feminina que ele prefere não revelar o nome.

Apesar da falta de cancha, a adrenalina do futebol falou mais alto. "Fiquei três meses no Rio de Janeiro, no ano passado, e assisti a vários jogos do Flamengo no Maracanã. Senti a emoção e comecei a pensar em retornar pro futebol," diz Alcindo. Os pais o incentivaram a voltar "às origens." A mesma coisa fez o filho, Igor Sartori, que pertence ao Flamengo e atualmente está disputando o Campeonato Paulista pelo Bragantino.

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