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Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar | Roberto Custódio/JL
Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar| Foto: Roberto Custódio/JL

Atlético pode perder até 10 mandos de campo

O procurador geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Paulo Schimitt, vai oferecer denúncia contra o Atlético Paranaense e os jogadores Tcheco e Eduardo Costa, do Grêmio na próxima segunda-feira. Todos foram protagonistas de uma confusão vergonhosa ao final do jogo entre as equipes nesta quarta-feira na Kyocera Arena.

"A procuradoria vai oferecer na segunda-feira denúncia contra o Atlético por infração ao artigo 213, contra os jogadores Eduardo Costa pela infração ao artigo 253 e ainda contra Tcheco (por ofensa moral) e o médico do Atlético (por invasão de campo)", disse o procurador à Rádio Banda B.

De acordo com Schimitt, as denúncias foram formuladas com base em todos os fatos ocorridos durante e depois do jogo. "As provas e denúncias já existem e foram apuradas durante a madrugada e toda esta quinta-feira. Os outros envolvidos, inclusive na confusão dessa manhã, serão investigados posteriormente".

Para o Atlético pode sobrar uma punição que prevê a perda de 1 a 10 mandos de jogo e multa de R$ 10 mil a R$ 200 mil. Para os jogadores suspensões que variam de uma partida até 180 dias.

Schimitt acredita que o clube não ofereceu condições de segurança adequadas. "Um jogo disputado com presença maciça de público e sem arremesso de objetos e nem invasão, conta com aspecto positivo do espetáculo. Mas, infelizmente, tivemos essa desordem que aconteceu por ausência de prevenção e repreensão"._________________________

Art. 213: Deixar de tomar providências capazes de prevenir ou reprimir desordens em sua praça de desportos. PENA: multa de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) e perda do mando de campo de uma a três partidas, provas ou equivalente quando participante da competição oficial.

Art. 253: Praticar agressão física contra o árbitro ou seus auxiliares, ou contra qualquer outro participante do evento desportivo. PENA: suspensão de 120 (cento e vinte) a 540 (quinhentos e quarenta) dias.

As primeiras imagens gravadas pelas câmeras da Infraero no salão de embarque do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais – região metropolitana de Curitiba – não mostrariam o presidente do conselho deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia, sendo agredido por dirigentes do Grêmio. Quem garante é o superintendente da delegacia de São José dos Pinhais, Altair Ferreira.

Clique aqui e veja os vídeos divulgados pela Polícia Civil

Na manhã desta quinta-feira um encontro entre o presidente atleticano e toda a deleção do Grêmio acabou em confusão, dando seqüência aos fatos lamentáveis ocorridos no dia anterior na Kyocera Arena. O dirigente paranaense afirma que foi agredido e ofendido, mas gremistas dizem que foram provocados e também agredidos. O caso está nas mãos da Delegacia de São José dos Pinhais.

De acordo com o delegado, as imagens já estão em poder da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) para que não haja risco de manipulação. "O presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Rubens Aprobbato), para evitar qualquer tipo de manipulação de imagens para confirmar a história de quem quer que seja, solicitou que a Infraero enviasse as fitas diretamente para a Sesp".

Em entrevista à Gazeta do Povo Online, Ferreira afirma que assistiu à fita e explicou o que viu. "Na verdade a fita enviada mostra várias câmeras da sala de embarque e vai mudando a cada fração de tempo. O que a Secretaria da Segurança vai fazer é montar as imagens de cada câmera para ter a imagem real do conflito".

Apesar de não querer se aprofundar no assunto, Altair Ferreira relata o que viu. "O doutor Petraglia afirma em seu depoimento que foi agredido enquanto estava sentado, mas as imagens que vi não mostram isso. Mostram ele acuado em um canto falando ao celular e sendo ameaçado por dirigentes do Grêmio com dedos em riste. Não mostra ele sendo agredido e nem agredindo ninguém".

Algumas testemunhas, funcionários da própria Infraero, prestaram depoimentos. "Quero ver se os depoimentos batem com as imagens".

Dirigentes mantêm versões

O presidente do Conselho Deliberativo do Atlético segue mantendo a mesma versão dada em seu depoimento. "Infelizmente e lamentavelmente esses fatos aconteceram. Jamais imaginei que isso fosse ocorrer. Hoje tinha compromissos em São Paulo, fui para o Aeroporto e estava aguardando o embarque quando fui surpreendido por toda a diretoria do Grêmio. Eles vieram com agressões verbais, contra a minha moral e honra, e ficaram ainda mais irritados porque não respondi. Daí eles tentaram me agredir e conseguiram me acertar com chutes e pontapés".

Tranqüilo, Petraglia diz que as fitas vão provar quem está com a verdade. "Gostaria que a Infraero mostrasse os vídeos e comprovasse os fatos. Lamentavelmente esse clube que tem uma tradição grande, está sendo dirigido por gente completamente descontrolada. E isso passa para os atletas também".

Pelo lado do Grêmio, o discurso é outro. "Houve uma discussão com o Petraglia, que agrediu o Tcheco ontem a noite. Hoje (quinta) ele criou mais uma situação embaraçosa quando agrediu nossa delegação. De forma provocativa ele ficou ironizando nosso time. Ele não poderia fazer o que fez. Hoje apareceu na sala de espera e ficou debochando e provocando. Não é digno de um presidente do Atlético", disse o presidente do Grêmio Paulo Pelaipe à Rádio Gaúcha.

No site oficial do clube gaúcho, uma nota levanta suspeitas sobre a credibilidade de Polícia e da Justiça paranaense. "Infelizmente, sabemos que nada disso terá nenhuma conseqüência já que Petraglia é uma pessoa ‘influente’ no Paraná. Toda e qualquer prova contra sua pessoa não será suficiente. Ou desaparecerá, assim como as imagens das câmeras de segurança do estádio Arena da Baixada".

"Agitador" irritou policiais

Durante a confusão, um coronel da brigada militar de Porto Alegre tumultuou ainda mais o ambiente. De acordo com Altair Ferreira, o homem – que não foi identificado – teria dado voz de prisão para Petraglia, mas foi reprimido logo em seguida pelos policiais que estavam no local.

"Ele estava lá como torcedor do Grêmio, não como um coronel da brigada militar de Porto Alegre. Para ele vir até aqui e se dizer coronel, teria que ter ido até a Secretaria da Segurança, com um oficio do seu superior, dizendo que estaria prestando segurança ao Grêmio. Estava ali só para tumultuar", concluiu.

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