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Segundo Massa, carro desta temproada está mais confiável e foi bem nos testes da pré-temporada | Issei Kato/Reuters
Segundo Massa, carro desta temproada está mais confiável e foi bem nos testes da pré-temporada| Foto: Issei Kato/Reuters

Opinião

Nícolas França, editor.

Sem hipocrisia

Liberou geral. Em 2011 as equipes poderão ordenar a seus pilotos que troquem de posição na pista, sem qualquer pudor. E tinha de ser assim. Não que eu concorde. Mas já era assim.

Após a polêmica ultrapassagem de Fernando Alonso sobre Felipe Massa na Alemanha, o próprio Massa veio a público dizer que na Ferrari mesmo já havia trocado de lugar com o ex-companheiro Kimi Raikkonen duas vezes – uma para beneficiar cada piloto. Outros deram testemunhos parecidos. Ou seja, o mundo da F-1 considera normal. Então que se legalize de vez, chutando a hipocrisia.

Isso fortalece ainda mais atitudes como a da Red Bull, que se recusou a fazer a troca no GP do Brasil, quando Webber tinha mais chances de título do que Vettel. Vettel venceu as duas últimas etapas e foi campeão. Se tivesse deixado o companheiro passar em Interlagos, nenhum dos dois seria. É bom que liberem, mas é melhor ainda quando a estratégia vai por água abaixo.

A temporada 2010 da Fórmula 1 foi no mínimo agitada. As polêmicas ressurgiram e a imprevisibilidade sobre o campeão recheou as pistas de emoção. O jovem alemão Sebas­tian Vettel (Red Bull) faturou o título na última prova, sem ter sido líder em nenhuma. A rabeira sobrou para o espanhol Fernando Alonso (Fer­rari), o australiano Mark Webber (Red Bull) e o inglês Lewis Hamilton (McLaren).

Em 2011 veremos novamente uma briga tão intensa e com tantos pilotos? Ou Vettel sairá na frente em busca do bi? O comentarista do SporTV, Lito Cavalcanti, diz que é impossível prever. "Vai depender da competitividade dos carros. Nunca é uma questão de piloto, é uma questão do conjunto carro-piloto."

O título deve mesmo ficar entre as escuderias que andaram na frente este ano. Quem também pode entrar na briga é a Mercedes, de Michael Schumacher, que tende a andar me­­lhor depois que o chefe Ross Brawn começou a corrigir problemas organizacionais que afetavam o rendimento. No pelotão intermediário, há chance de surpresas, mas não com força para buscar pódios. "A Force India pode melhorar e a Lotus, do Mike Gascoyne, deve evoluir, mas não acredito que nenhuma cresça a ponto de brigar por vitórias."

Para o brasileiro com mais chances de título, Felipe Massa, o ano certamente será melhor. Os problemas com os pneus dianteiros que afetaram o rendimento ao longo de 2010 foram embora com a saída da Brid­gestone da categoria – substituída pela Pirelli. "O que não se sabe é se isso vai ser suficiente para lhe permitir andar tão rápido quanto o Alon­so", diz o comentarista.

Mudanças no regulamento, como a volta da regra dos 107% nos treinos – eliminando das corridas carros muito lentos – e do sistema Kers, além do uso de asas traseiras móveis, também podem mexer na hierarquia da F-1. "Tudo é imprevisível. Em princípio, quem tem mais recursos humanos, tecnológicos e financeiros, sempre contorna os problemas. Mas às vezes tarde de­­mais", explica Lito.

A alteração que deve trazer novas doses de polêmica é a permissão para ordens de equipe – apesar de na prática elas sempre terem existido, como provou o "pedido" da Ferrari para que Massa abrisse para Alonso no último GP da Alemanha.

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