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... Hoje aposentado, Brito guarda com carinho a recordação do encontro com o Rei do Futebol, ocorrido em 1961, quando o camisa 10 despontava | Gilberto Abelha/Jornal de Londrina
... Hoje aposentado, Brito guarda com carinho a recordação do encontro com o Rei do Futebol, ocorrido em 1961, quando o camisa 10 despontava| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

Momento ao lado de Pelé marca torcedor atleticano

Na foto em destaque na mesa do escritório do advogado e atleticano Tobias de Macedo é difícil identificá-lo, correndo no gramado do Estádio Belfort Duarte (hoje Couto Pereira), com apenas dois anos de idade. Já quem o conduz pela mão é facilmente reconhecido.

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Nos últimos 45 anos, o ex-jogador de futebol Roderley não se lembra de um único dia em que não teve de contar a alguém o que se passou com ele no dia 16 de maio de 1965.

Naquela data, o antigo quarto-zagueiro, hoje com 71 anos, defendia o Grêmio Maringá no amistoso comemorativo de 18 anos de fundação da Cidade Canção, vencido pelo Santos por 11 a 1 no Estádio Willie Davids. Mais do que isso: era ele o responsável por marcar Pelé.

O famoso camisa 10, à época bicampeão do mundo e já consagrado, marcou dois gols na partida. Histórias como a de Roderley ilustram a trajetória do astro – que completará 70 anos de idade no sábado (23) – pelos gramados paranaenses. (Nota da redação: a certidão de nascimento de Pelé anota que ele nasceu dia 21/10. Porém, ele atesta que a data está equivocada).

"Hoje mesmo fui ao contador e ele me apresentou aos funcionários do escritório como 'o homem que marcou o Pelé'", vangloria-se Roderley.

Pelo Santos, Pelé jogou 15 vezes contra equipes do Paraná, mais um amistoso do Brasil vencido por 2 a 1 contra um combinado paranaense no antigo Estádio Belfort Duarte (hoje Couto Pereira), em 1968. Ao todo, durante a carreira, anotou 11 gols contra times do estado.

Assim como o ex-zagueiro do Grêmio Maringá, quem jogou ou assistiu a uma dessas partidas do Rei sempre tem o que contar.

O aposentado José Maria de Brito também pode se considerar um privilegiado. Radialista até o início da década de 70, Brito, hoje com 73 anos, narrou duas partidas do Santos contra o Londrina no Estádio Vitorino Gonçalves Dias. Na primeira, Pelé ainda nem sequer era titular da seleção.

Foi pela voz dele, na Rádio Di­­fusora, que os londrinenses ouviram o ainda adolescente Pelé, aos 16 anos, sair do banco e marcar o 12.º e o 13.° dos 1.285 gols que fa­­ria ao longo da carreira, na vitória santista por 7 a 1 sobre o Tubarão.

"Naquela época, não era nada além de um garoto, tanto que nem fizemos entrevista com ele. Era reserva do Jair da Rosa Pinto e entrou só no segundo tempo", recorda-se Brito.

Na segunda passagem do Atleta do Século por Londrina (vitória santista por 2 a 1, sem gols de Pelé, no dia 20 de setembro de 1961), o ex-radialista lembra que a badalação foi bem maior.

"Aí ele já era famoso, havia sido campeão mundial em 58 e estava se preparando para a Copa de 62. Veio muita gente de outras cidades para ver não só o Pelé, mas todo o time do Santos, que era fortíssimo", lembra o aposentado.

Já o ex-jogador Dirceu Krüger, ídolo do Coritiba e atual diretor das categorias de base do clube, guarda, além da genialidade, a lealdade como a melhor lembrança das três vezes nas quais jogou contra o maior de todos tempos.

"Além de todas as qualidades técnicas, táticas e físicas, o Pelé era humilde em campo. Um tipo de jogador muito difícil de se ver hoje, que parabenizava o adversário quando algum jogador da outra equipe fazia uma grande jogada", enfatiza o Flecha Loira.

A partida pelo Galo maringaense não era a primeira que Ro­­derley encarava Pelé – ele já o havia enfrentado pelo Nacional (SP) e depois jogaria mais uma vez pelo Coritiba, em 1969. Mas, dos cerca de dez confrontos que teve com o Rei ao longo da carreira, o de Maringá é o que mais marcou o ex-zagueiro.

"Aquela partida foi o que de melhor aconteceu no futebol de Maringá. Lembro que veio gente de todas as cidades da região e de mais longe ainda, do interior de São Paulo, do Mato Grosso do Sul, só para ver o Pelé", recorda.

Ele faz apenas uma ressalva. Lembra que o técnico do Santos, Lulinha, ameaçou tirar o time de campo se algum jogador se machucasse. Com isso, os atletas do Grêmio Maringá ficaram proibidos de marcar mais forte.

Segundo Roderley, se não fosse essa ordem, o Grêmio Maringá, que no ano seguinte chegou a vencer a seleção da União Soviética em um amistoso, teria perdido por uma diferença bem menor.

"Não fiquei muito brabo com essa ordem. Até porque as pessoas não tinham ido ao estádio para ver o Roderley. Foram para ver o Pelé", resigna-se, como bom súdito.

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