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Entenda como funcionará a viabilização da Arena |
Entenda como funcionará a viabilização da Arena| Foto:

Sem dinheiro, Internacional agora se apega em parceiro

Da redação

O presidente do Internacional, Giovanni Luigi, deixou claro que o clube não tem dinheiro para tocar as obras do Beira-Rio com recursos próprios. A diretoria, porém, confia que conseguirá driblar a incerteza sobre a Copa-2014. E vê a parceria com uma empreiteira como solução.

O que os colorados querem é a aprovação, no Conselho Deli­­bera­­ti­­vo, da proposta de parceria com a empreiteira Andrade Gu­­tierrez. O valor inicial, de R$ 130 milhões, já pulou para R$ 200 milhões. A união duraria 20 anos, com arrecadação, pela empresa, de parte de re­­cursos que o Inter atualmente não tem: um shopping center, um edifício-garagem e novas suítes e cadeiras do estádio.

Por outro lado, a construtora ofereceria ao Inter um novo centro de treinamentos. Existe uma terceira alternativa, de em­­préstimo no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), mas ela é menos provável.

Símbolo da gastança

Novas imagens aéreas, feitas ontem, mostram que os anéis inferiores do Maracanã estão praticamente todos demolidos. No início do mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) classificou como "mera peça de ficção" o projeto de reforma do estádio carioca. Previsto para custar R$ 600 mi­­lhões, o valor já está em R$ 705 milhões, com "indícios de graves irregularidades no processo licitatório". Em fevereiro, o diretor da área social do BNDES, Élvio Gaspar, afirmou que o banco pode levar em conta os questiona­men­tos do TCU. Segundo Gaspar, as obras já foram aprovadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), mas caso não recebam o aval do TCU, o banco pode até não fazer o financiamento.

  • Estádio do Maracanã

A situação não é tão crítica quanto a do Internacional, que, sem dinheiro, já anunciou não ter condições de viabilizar sozinho as obras de modernização do Beira-Rio para a Copa de 2014. Mas, para bancar o Mundial na Arena da Baixada, o Atlético terá de gastar bem mais do que esperava.

Pelo cálculo inicial, feito ainda em 2008, o custo previsto para adequar o estádio ao padrão Fifa era de R$ 135 milhões. Após a série de negociações que viabilizou o uso do Potencial Construtivo (ferramenta municipal) na engenharia financeira, ficou estabelecido que o montante seria divido em três partes iguais entre Atlético, prefeitura de Curitiba e governo do estado – R$ 45 mi­­lhões cada.

Porém já é certo que o boom imobiliário pelo qual passa o país – e Curitiba especialmente – irá interferir diretamente no preço final da construção. Como os po­­deres públicos estipularam a soma de R$ 90 milhões como limite para investimento, o restante teria de sair dos cofres rubro-negros.

Engenheiro responsável pela obra, Flávio Vaz aguarda a finalização dos nove projetos, executivos e complementares (hidráulico, elétrico e de comunicação, entre ou­­tros), para fechar o orçamento com­­pleto. Último requisito para a contratação da empreiteira que irá erguer a "nova Are­na", o custo real será divulgado até o fim deste mês.

"Mas já sei que o número antigo está defasado [R$ 135 milhões]. É a tal da lei de oferta e procura. Como está faltando mão de obra na cidade, os profissionais acabam co­­bran­­do mais caro, levando para cima o preço final. O mesmo vale para as matérias-primas", revela Vaz, estimando en­­tre 20 e 22 meses o prazo de conclusão do estádio.

Como Curitiba pleiteia ser uma das subsedes da Copa das Con­federações em 2013, o Atlético precisa entregar o complexo esportivo pronto até dezembro de 2012. Ou seja, de acordo com o cronograma do engenheiro, a construção teria necessariamente de começar até maio. "Ju­­nho no máximo", ressalta.

Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), o índice dos Custos Unitários Básicos de Construção (CUB) no estado saltou de R$ 714,79 o m², em fevereiro de 2008, para R$ 918,54 o m² no mês passado, uma valorização de 28,5%.

Tomando por base a variação, o custo da Arena saltaria para cerca de R$ 173,5 milhões, com a fatia do Atlético passando a R$ 83,5 milhões – 85,5% mais caro.

A Gazeta do Povo entrou em contato com Marcos Malucelli, presidente rubro-negro, e Enio Fornea, vice, indicados pela assessoria do clube para falar sobre o assunto. O primeiro não atendeu as ligações. Já Fornea alegou estar em reunião.

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Interatividade

A Arena vai custar mais do que os R$ 135 milhões inicialmente previstos. Quem deve pagar esse aumento, clube ou autoridades públicas? Por quê?

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