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Wanderlei Silva brinca com a sua versão virtual para videogame. “Cachorro louco” será atração em reality show | Felipe Rosa/ Gazeta do Povo
Wanderlei Silva brinca com a sua versão virtual para videogame. “Cachorro louco” será atração em reality show| Foto: Felipe Rosa/ Gazeta do Povo

Desafio

Silva abusa da intimidação em videogame

"Nesse jogo, inclusive, estou invicto há 233 partidas. Não tem para ninguém. Você joga isso aí?", perguntou Wanderlei Silva, tentando intimidar o repórter antes do amigável desafio de MMA no videogame.

O jogo UFC Undisputed 3, lançado em fevereiro, é a melhor reprodução do esporte fora do octógono de verdade. Nele, os movimentos do lutadores são reproduzidos de acordo com o que acontece nos ringues. As características físicas e o nível de técnica e de força dos atletas também imita a realidade. Até as arenas e os juízes do UFC têm sua versão virtual.

"Árbitro tanto faz, não vai nem interferir no nocaute", antecipou Wanderlei, em sua tentativa de vencer o duelo mesmo antes de o gongo soar. "É só uma partidinha, que não gosto de me exibir muito", continuou o curitibano do bairro Santa Felicidade, hoje um residente de Las Vegas (EUA).

O lutador escolheu a si próprio para controlar nas batalhas contra o repórter. O americano Chael Sonnen, falastrão desafeto de Anderson Silva, foi o primeiro adversário. No modo Pride, que relembra o exinto evento japonês no qual Wanderlei reinou durante sete anos, o camaronês Rameau Sokoudjou foi o desafiante. Os resultados foram surpreendentes – como Wanderlei é no UFC. "Você é viciadinho, hein?", disse Silva, durante os combates.

Fernando Rudnick, repórter.

A primeira edição brasileira do reality show The Ultimate Fighter (TUF) estreia hoje à noite. Além de cinco competidores nascidos no Paraná entre os 32 pré-selecionados do programa (Alexandre ‘Sangue’, Wagner ‘Galeto’, Vinícius ‘Vina’, João Paulo ‘Tuba’ e Fernando Duar­­te), Curitiba tem outro representante na atração. O veterano lutador Wanderlei Silva, 35 anos, será um dos treinadores do Big Brother entre atletas de MMA.

Assista a entrevista completa e veja a disputa entre o repórter e lutador no videogame

Ao todo, 16 lutadores foram confinados em uma casa e o ‘paredão’ foi dentro do octógono. Quem perdia era eliminado. Os vencedores das duas categorias da atração – média, até 84 kg, e pena, até 66 kg – assinam contrato com o UFC, o principal campeonato de artes marciais mistas (MMA) do mundo.

O programa será exibido a partir das 23h55, na RPC TV. A atração foi gravada em São Paulo. As finais serão realizadas, ao vivo, em junho, no Estádio Engenhão, no Rio de Janeiro, onde Wanderlei irá enfrentar o carioca Vítor Belfort, em uma revanche de 1998.

Como é a experiência de participar de um reality show?

É fantástico, adorei participar. Esse programa vai ajudar a difundir muito o MMA no Brasil. Foi ele que deu o upgrade lá nos Estados Unidos, onde fez um grande sucesso. O principal goal [objetivo] é que muita gente não sabe que esse esporte existe. Então é chegar nesse público para termos mais adeptos, mais academias, mais eventos.

Será como a versão americana?

Esse foi o primeiro programa gravado fora dos EUA. Então estava todo mundo com muita pressão porque a qualidade americana é fantástica. São culturas diferentes. Coisas que aconteceram lá não podem acontecer aqui. A gente prega mais respeito, quer mostrar para que serve a arte marcial, a disciplina, a atividade física. Serve muito mais para deixar você zen, tranquilo, do que agitado.

Como é o nível dos atletas selecionados para o TUF?

Muito bom. Uma rapaziada do Brasil inteiro e com um nível impressionante. O pessoal vai adorar a qualidade da luta.

O Vítor Belfort é o outro treinador do TUF. Recentemente você falou que ele é um cara ‘chato’...

Cada um tem um jeito, um sistema. De alguns você gosta; de outros, não gosta. De repente meu espírito não bateu com o do cara. Outras pessoas vão achar ele interessante – eu não achei. Então é uma situação diferente, pois é um atleta com quem vou competir. Para todo mundo isso é um entretenimento, mas para mim é minha vida. Nós somos profissionais, nos respeitamos, mas não gosto de ter muito contato, muita amizade, com o cara que vou lutar. Prefiro ser temido pelo meu adversário do que ele me ache bonzinho.

Mas você teve de passar muito tempo com ele?

Tive. Ficamos juntos um mês e meio. A gente se respeita normal. Nosso trabalho é lá em cima do octógono. Mas aquela história... Tenho sangue muito quente, sabe? Sou curitibano de Santa Felicidade. Peguei esse tempero italiano, me criei comendo polenta do Mada­losso. Então, como vou dizer, quando acontecem algumas coisas eu... entendeu? Vocês têm de assistir. Tem momentos bem interessantes.

Antes de seu último duelo muita gente comentou que você pararia em caso de derrota. Como é conviver com essa pressão?

Eu gosto disso, sabe? Sou de uma família muito humilde, tipo eu sou o suporte da família.

Queria que você falasse mais sobre isso...

Não luto só por mim, mas por muita gente. Tem pessoas que crescem na adversidade, eu gosto de mostrar que ainda dá. Por exemplo, para minha última luta [vitória sobre o americano Cung Le por nocaute em novembro] 70% das entrevistas o pessoal falava: se perder já era... Aí eu falava que minha performance vai mostrar se posso continuar ou não. Sou atleta bem realizado na profissão. Fui campeão mundial [do evento japonês Pride] durante sete anos, das sete lutas que fiz no UFC, cinco ganhei bônus de nocaute ou luta da noite. Sou tido como um dos atletas mais emocionantes. Sou realizado, mas eu gosto de lutar, amo isso. Então quando tem um adversário do nível do Vítor... Ele é um atleta muito bom. Gosto de lutar com atletas como ele porque isso faz você trabalhar mais. Agora estou com 35 anos e estou naquela de dá para fazer, mas ao mesmo tempo tenho de pensar no que vai fazer depois.

Quando você vai se aposentar?

Não. Na verdade meu corpo vai me dizer, é uma coisa que vai acontecer ao natural. Mas já tenho um ideal, o que quero fazer. Porque graças a Deus aprendi muito com minha história. Quero dar a oportunidade que eu tive para a rapaziada. Se eu não estivesse descoberto a luta, ainda estaria lá no bairro. Estou com um projeto muito legal. Quero fazer cada academia do mundo ter uma hora de graça, dar uma aula de graça para pessoas que não podem pagar. Porque quando comecei também não podia. Ganhei uma bolsa e, se não fosse isso, o Wanderlei Silva jamais teria existido.

Veja a entrevista com o lutador. O desafio no videogame começa a partir de 7min40s

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Esportes | 14:33

Confira o desafio e o bate-papo com o lutador curitibano, que está no reality show The Ultimate Fighter.

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