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Dezesseis partidas e nenhuma vitória. A reestruturação do basquete londrinense custou caro em 2006: a última colocação na Liga Nacional e a entrada no seleto grupo dos times que passaram uma temporada inteira sem conhecer o sabor do triunfo dentro da quadra.

Em 17 edições do Campeonato Nacional da Confederação Brasileira de Basquete (não confundir com a Nossa Liga, a entidade paralela comandada por Oscar), nunca uma equipe londrinense havia entrado no grupo de "invictos" da história da competição. Mas o Inesul/ Londrina aumentou a turma para sete. A equipe do interior, contudo, é a única que sobreviveu para contar a história.

Antes dela, times como o Atlético-MG, Sogipa e o Ponta Grossa já haviam repetido o vexame. Os resultados negativos foram suficientes para todos encerrarem as atividades com o fim da primeira fase de cada competição.

Mas mesmo com o péssimo desempenho, a Inesul aceitou a renovação do patrocínio logo após a última derrota (quinta-feira) e manteve vivo o esporte que é uma tradição na cidade.

"Valeu como experiência, pois começamos literalmente do zero. Londrina não ia ter time no Brasileiro, mas corremos atrás e aos 48 minutos do segundo tempo conseguimos um patrocínio e montamos a equipe. Os resultados podem não ter sido bons, mas o basquete continua vivo em Londrina em um projeto de longo prazo", afirma o técnico José Henrique Saviani, que antes foi jogador do Londrina por vários anos e, no início de 2000, virou auxiliar-técnico.

No ano passado, vendo que a antiga equipe (Londrina Basquete Clube) ia de mal a pior, fundou com outros ex-atletas a União Londrinense de Basquete (ULB). Mas logo de cara enfrentaram uma realidade muito diferente. Dos cerca de R$ 750 mil por ano do antigo clube que fechou as portas e volta na próxima temporada, na Nossa Liga, conseguiu, a muito custo, R$ 120 mil. E teve de montar uma equipe a base de garotos faltando três dias para o campeonato iniciar. O conjunto de tudo isso acabou refletido na classificação.

"Do Londrina Basquete não sobrou uma bola, um cone para treinamento. Agora, nós estamos com uma infra-estrutura e com certeza no ano que vem vamos nos sair melhor. Se você pegar o Uberlândia há quatro, cinco anos, eles estavam lá embaixo, mas continuaram o projeto e hoje estão no topo. Essa é a nossa idéia", completa Saviani.

O discurso pode parecer só uma desculpa. Mas tem também o aval do técnico da seleção brasileira, Lula Ferreira. "Eles estão pagando o preço por serem corajosos. Londrina sempre foi a praça com o melhor público do campeonato e este ano iria ficar sem time. Ninguém esperava mais que fossem participar. Mas uma coisa é montar uma equipe em cima da hora, com pouco dinheiro, outra é vencer", analisa Ferreira. "Por isso tem de saber enxergar o que está sendo feito, que vai além da quadra", conclui.

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