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Iohann em 2001, aos 7 anos | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Iohann em 2001, aos 7 anos| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo
  • Ele na última terça-feira, quando voltou ao estádio a pedido da Gazeta do Povo
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Nem Kléber Pereira, nem Alex Mineiro, muito menos Ilan ou Washington. Ninguém marcou mais gols na Arena do que Iohann Rocha da Silva. Mais de 200 em cinco anos. O torcedor pode não reconhecer o nome, mas muitos comemoraram a brincadeira que virou tradição no estádio. A maioria dos atleticanos lembra do garoto que atravessava o campo antes de quase todas as partidas para estufar as redes da nova casa rubro-negra.

Hoje com 15 anos, o estudante lembra de quando era o mascote mais famoso do Furacão. "Era muito legal. A torcida gostava, falava comigo e até pedia autógrafo. Consegui marcar os gols até antes do jogo da seleção. Ficava bravo quando estava chovendo e meu pai não deixava eu ir", contou.

Iohann andou sozinho pela primeira vez no gramado do "Farinhacão", no fim de 1994, com um ano e três meses. Já habilidoso com a bola nos pés, estava à beira campo ao lado do pai, Márcio Silva, funcionário do Atlético, antes do primeiro jogo oficial do time no estádio, contra o Flamengo, em 31 de julho de 1999.

"Ele pediu para dar um chute a gol e não permiti. Mas insistiu tanto que quando não tinha ninguém da diretoria ali deixei, desde que fosse bem rapidinho. Mas ao invés de ficar no gol dos vestiários, ele resolveu atravessar o campo. Eu sai atrás, desesperado, pensando que seria demitido", contou Silva.

Alheio ao sufoco do pai, Iohann correu toda a extensão e chutou a bola no gol da Buenos Aires, arrancando o grito da torcida.

Nessa hora alguns dirigentes presenciaram a ousadia. Mas não houve demissão, nem bronca ao goleador-mirim, e sim um convite para novas aparições antes dos jogos.

Admirado pelos atleticanos, o menino não se importava com as provocações dos rivais coxas-brancas e paranistas. Até gostava e ensaiava novas comemorações para extravasar no estádio, algo que curiosamente não fazia para pequenas plateias por causa da timidez. "Em casa tinha vergonha e na Arena eu criava coragem", revelou.

Os gols terminaram quando ele completou dez anos. "Meu pai achava que eu estava grande demais." Iohann passou por escolinhas de futebol e sonhou em marcar um gol de verdade no estádio. Hoje, sente saudades de todas as vezes nas quais ajudou no aquecimento do Caldeirão. (ALM)

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