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Não parece exagero dizer que o Campeonato Paranaense de 2012 passa pelo desempenho do advogado Domingos Moro. Figura controversa, ele promete muita luta para salvar o Rio Branco do rebaixamento pelo uso irregular do meia-atacante Adriano. A última artimanha foi deixar o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR) sem defender o clube de Paranaguá. O fato ocorreu segunda-feira, durante sessão que puniu seu cliente e livrou o Paraná provisoriamente da degola regional.

Por que o senhor se retirou do julgamento do Rio Branco no TJD? Foi para ganhar tempo e melar o campeonato?

Bobagem. Eu aleguei uma nulidade antes do julgamento começar. Juntei a comprovação do entendimento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a respeito dessa matéria. A ordem das sustentações nunca pode prejudicar a defesa. O Paraná sempre quis participar como terceiro interessado, mas nunca explicou as razões. En­­tão, como é que eu poderia defender o Rio Branco falando antes do Paraná? Preciso saber do que o Paraná me acusa... Então de duas uma: eu me calava e consentia ou ia embora. Qualquer criança sabe que a defesa fala por último, isso é primário. Eu não podia permitir.

A decisão final não ocorrerá após divulgação da ta­­bela do Esta­du­al.

Esse problema não é meu; é problema de quem está julgando errado.

Como o TJD pode mudar de parecer tão rapidamente?

Porque três auditores faltaram. E eles foram favoráveis ao Rio Bran­­co no primeiro julgamento (em 3/5). Teve uma série de coisas muito estranha nesse julgamento. O resultado poderia ser 5 a 4 [terminou 4 a 2]. Houve ainda uma mu­­dança no Tribunal. O Doutor Ivan Bonilha deixou [o cargo de auditor]. Ele havia sido favorável ao Rio Branco e foi substituído pelo Dou­­tor Clóvis [Galvão Moro]. O novo auditor foi contra o meu cliente.

Você não teme que o Rio Branco sofra uma punição mais severa recorrendo ao STJD?

Eu não tenho medo de nada. Eu já estou indo amanhã (hoje) para Rio e vou começar a fazer os contatos porque o tribunal do Paraná desrespeitou uma decisão do STJD. Eu quero ver como é o STJD vai entender isso.

Você chorou recentemente ao defender do Atlético pela invasão de campo do Alfredo Ibiapina. Isso é estratégia de advogado?

Foi a emoção de um trabalho, trabalho que estava sendo dito por todos os cantos que teria uma punição enorme. Também tem um pouco do passado porque houve aquela situação que eu quis ajudar o Coritiba e não pude.

Se você defendesse o Coritiba, em 2009, teria livrado o clube de perder 10 mandos?

Isso não posso afirmar por uma questão ética. Até hoje eu fico triste por não terem me deixado ajudar naquele processo. Essa coisa que eu não procurei o clube é tudo mentira. Eu disse aos quatro ventos que estava disposto ajudar. Aí mentiram que eu pedi um caminhão de dinheiro. Não quiseram porque não quiseram. Nem opinião minha ouviram. Isso tudo ajudou a desaguar na emoção que eu tive no julgamento do Atlético.

Os torcedores conseguem distinguir o conselheiro do Coritiba do advogado do Atlético?

Eu entendo a posição do torcedor. Mas não é o advogado que escolhe o cliente, é o cliente que escolhe o advogado. Se eu não estou no Coritiba, seja como advogado, dirigente, outra coisa, não é porque eu não queira.

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