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Em 2012, na Eurocopa, o técnico Cesare Prandelli cortou o lateral Criscito, suspeito de manipulação de resultados | Jorge Silva/ Reuters
Em 2012, na Eurocopa, o técnico Cesare Prandelli cortou o lateral Criscito, suspeito de manipulação de resultados| Foto: Jorge Silva/ Reuters

Uma sina persegue a seleção da Itália em grandes competições. A certa altura da preparação ou mesmo com o torneio em andamento, estoura um grande escândalo no futebol do país. Na Copa das Confederações não é diferente.

Ontem, a Polícia Fiscal italiana invadiu a sede de 41 clubes das três principais divisões do Campeonato Italiano, para obter documentos relativos a contratos entre equipes, jogadores e empresários. Há suspeita de crimes de sonegação fiscal, evasão de divisas e apresentação de faturas falsas.

"Na seleção estamos acostumados a esse tipo de problema dentro de grandes competições. Por isso sabemos como deixar isso do lado de fora, para que a Justiça e os clubes resolvam, sem nos afetar", afirmou o meio-campista Claudio Marchisio, ao ser questionado pela Gazeta do Povo, na entrevista coletiva de ontem, sobre o novo escândalo.

Dessa vez é mais fácil para a Azzurra deixar o problema do lado de fora. Embora todos os grandes clubes do país estejam sob investigação – a Juventus de Marchisio, Milan, Internazionale, Napoli, Roma e Lazio estão na mira da polícia – e haja uma lista de 55 jogadores cuja negociação tem traços de irregularidade, nenhum deles está com a seleção.

Ano passado, durante a preparação para a Eurocopa, o lateral-esquerdo Domenico Criscito, da Lazio, foi tirado da concentração italiana pela polícia, para depor em um escândalo de manipulação de resultados. Ele era suspeito de acertar o resultado de uma partida do seu time com o Genoa. Por precaução, o técnico Cesare Prandelli cortou o jogador e disse que ele só estaria fora dos planos caso houvesse prova do seu envolvimento. Criscito foi inocentado, mas não voltou a ser chamado.

Tratamento diferente foi dado ao zagueiro Leonardo Bonucci, da Juventus, investigado pelo mesmo caso. Presente na atual Copa das Confederações, o jogador permaneceu no grupo que se sagraria vice-campeão da Eurocopa, perdendo para a Espanha na final.

Ter bons resultados em meio a investigações sobre as mazelas do seu futebol é outro traço da seleção italiana. O tri e o tetracampeonato mundiais, em 1982 e 2006, foram conquistados em meio a dois grandes escândalos de manipulação de resultados. Em 82, Paolo Rossi foi artilheiro da Copa e carrasco da seleção brasileira após ter passado um ano preso, condenado por participar de um esquema de apostadores da loteria esportiva do país.

Assim, se como diz Marchisio, a turbulência não é nova para a Azzurra, sair do Brasil com o título da Copa das Confederações enquanto um escândalo sacode o futebol do país terá todo o jeito de filme repetido para os atuais vice-campeões europeus.

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