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Jackson é naturalmente avesso às entrevistas. O portão que separa o gramado da sala de imprensa do CT da Graciosa marca também a transformação na personalidade do jogador. Dentro de campo, ao lado dos parceiros, o nordestino de Codó (MA) se solta. É o encarregado por puxar as brincadeiras. Não tem aniversariante que escape do já famoso batizado com ovos e farinha elaborado por Jackson.

Basta, porém, ser solicitado pelos jornalistas para ele se retrair. O semblante fechado fica ainda mais ranzinza quando questionado sobre as constantes críticas que vem recebendo. As cobranças aumentaram após o jogo com o Ceará, quando Jackson cortou um cruzamento para dentro de área e a bola parou nos pés de Reinaldo Aleluia, que empatou a partida.

Substituído por Pedro Ken logo em seguida, a cabeça baixa e as tímidas vaias ao fundo simbolizaram a fase do camisa 8. Mas Jackson não se entrega. O meia aproveitou o último treino antes da viagem para o interior paulista, onde o time enfrenta o Marília, amanhã, às 18h10, para desabafar e rebater os críticos.

"Estou há três anos no Coritiba, sempre fui titular com todos os técnicos que passaram por aqui, e acho que mereço um pouco mais de respeito. As pessoas às vezes não entendem que as cobranças excessivas só prejudicam. Você perde a confiança para jogar", comentou.

Para o meio-campista, o protesto da torcida e da parte da imprensa – o jogador reclama especialmente de alguns programas de televisão – é ainda reflexo do rebaixamento no ano passado. "Percebo que há um pouco de má vontade comigo e com o Caio, só porque a gente permaneceu no clube. Eles não entendem que recolocar o Coritiba na Primeira Divisão virou uma questão de honra, de orgulho próprio para a gente", afirmou ele, preocupado com a possibilidade de virar reserva – o jogador foi substituído por Fábio Pinto durante parte do coletivo de ontem no Couto Pereira. "Digo que estou tranqüilo, mas entre aspas. Não tenho medo de ir para o banco, apesar de entender que todo jogador depende do coletivo para render o que sabe."

Jackson, no entanto, conta com aliados de peso no Alto da Glória. Além de contar com a admiração da cúpula alviverde, o armador é peça-chave no esquema de Paulo Bonamigo. "Confio muito no Jackson. E desde que estou aqui, há quatro rodadas, acho que ele só ficou devendo na derrota para o Santo André. Ele é muito importante para o time. Além de ser versátil, de atuar na ala, como volante ou como organizador do meio-de-campo, ele marca, arma, chama o jogo, dá opção e não tem medo de errar", analisou o técnico.

"E mesmo se o Jackson não começar jogando, tenho plena convicção de que ele entrará para decidir a partida", completou o treinador, que deverá promover também a entrada do volante Luciano Santos na equipe no lugar do suspenso Caio. No ataque, como Eanes não se recuperou das dores abdominais, Anderson Gomes permanece ao lado de Alberto.

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