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O paranaense Jihad Kohdr superou a si próprio para garantir o bicampeonato brasileiro de surfe, ontem, no Rio de Janeiro. Enfrentando uma pressão pessoal acima do comum, ele assistiu das areias da Barra da Tijuca à queda do único concorrente que poderia ultrapassá-lo no Supersurf.

O catarinense Marco Polo perdeu para o baiano Flávio Costa nas quartas-de-final e deixou o mar livre para Jihad alcançar a taça com duas etapas de antecipação. A derrota para Guilherme Herdy, na semifinal, não comprometeu a festa do atleta nascido em Matinhos. Renato Galvão venceu a etapa. No feminino, a cearense Tita Tavares também foi campeã do circuito.

Jihad confessa ter sido seu maior adversário no torneio. Ansioso, perdia noites de sono antes das baterias e o cansaço era mais um desafio na água. O momento mais crítico aconteceu na etapa de Maresias, em meados de setembro, quando ele perdeu na semifinal e permitiu a aproximição do concorrente.

"Eu estava em primeiro lugar, surfando sob muita pressão, e com os outros (atletas) na minha cola. Queria muito conquistar esse título antes de deixar o Supersurf. Marquei meu nome na competição e agora vou me dedicar só ao WCT, porque vou estar lá", disse Jihad por telefone à Gazeta o Povo, ontem à tarde.

Ele fala com a confiança de quem só precisa de um nono lugar em Itajaí, esta semana, ou em Ubatuba, semana que vem, para ingressar na elite do surfe internacional. Em 2005, ele participou do Circuito Mundial como reserva. No ano passado, problemas muito além das ondas adiaram o sonho. O nome dado pelo pai libanês intensificou o rigor da polícia norte-americana, que exigiu pela primeira vez um visto de entrada que ele não possuía. Resultado: o paranaense foi barrado nos Estados Unidos e não disputou as últimas etapas. "A luta é muito difícil. Caí, me levantei e mantive o foco. Sempre soube que iria conseguir", comentou.

Jihad garante que levará um pouco da pressão consigo para o WCT e planeja como surpreender. "Sou um novato e ninguém vai se preocupar muito comigo. Vou correr pelas beiradas e arrebentar", espera. O WCT começa no fim de fevereiro de 2008 e a programação do paranaense inclui viajar um mês antes para se habituar às ondas australianas, onde é disputada a etapa de abertura.

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