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Disputa do vôlei masculino no ginásio do Colégio Marista Paranaense.  Esporte é um dos pontos fortes da competição olímpica-escolar que termina hoje , em Curitiba | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Disputa do vôlei masculino no ginásio do Colégio Marista Paranaense. Esporte é um dos pontos fortes da competição olímpica-escolar que termina hoje , em Curitiba| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Política

PR perde aporte do 2º tempo

No Paraná a preparação das equipes de escolas públicas nas fases classificatórias foi afetada pela suspensão do Programa Segundo Tempo.

O projeto do Ministério do Esporte visa a prática esportiva a crianças e adolescente no contraturno escolar. Muitos professores de Educação Física das escolas públicas utilizavam o momento para treinar suas equipes para as competições.

No Paraná, o programa atendia 41,2 mil adolescentes, em um convênio dos governos estadual e federal no valor de R$ 4,7 milhões, porém ficou suspenso no primeiro semestre pela falta de autorização da Secretaria Estadual da Educação (Seed) para a contratação de professores. Além disso, houve a ideia de reformulação da proposta.

A queda do então ministro do Esporte, Orlando Silva, em outubro, por denúncias de fraudes em contratos do Segundo Tempo, também impediu que o programa fosse retomado a partir de agosto.

"Enviamos todas as informações para reativar o Segundo Tempo, mas o OK dos ministérios do Esporte e da Educação não vinha. Depois [com as denúncias], entendemos a demora", diz o secretário do Esporte do Paraná, Evandro Rogério Roman. Ele afirma que, para 2012, haverá uma nova parceria entre sua secretaria e a Seed para que os alunos voltem a ter atividades esportivas no contraturno. (AB)

Torneio traça perfil esportivo de escolas públicas e privadas

As Olimpíadas Escolares também mostram o perfil de investimento das escolas públicas e particulares na formação de equipes competitivas.

"Em atletismo e ciclismo, por exemplo, é bem comum que a maior parte dos competidores venha do ensino municipal e estadual. Já no judô e na natação, ao contrário, é na maioria do ensino pago, com apoio de clubes", diz a coordenadora dos Jogos Escolares no Paraná, Márcia Tomadon.

Nas modalidades coletivas, explica, os times de escolas públicas geralmente recebem apoio de suas prefeituras para concorrer em nível técnico equivalente ao das instituições privadas.

Embora na fase nacional da competição o número de instituições públicas seja maior que o das pagas (710 a 1.119), grande parte dos atletas (55% dos 3.641 alunos) que chegou à fase final vem do núcleo privado.

O Paraná teve perfil oposto: dos 152 alunos-atletas da delegação, 82 são das escolas municipais ou estaduais, de 35 instituições. Nos quatro esportes coletivos – basquete, vôlei, futsal e handebol – o equilíbrio: quatro times são de escolas públicas e outros quatro particulares, como é o caso do vôlei masculino e feminino, do Colégio Regina Mundi, de Maringá. "Re­ce­­bo bolsa de estudo, o nosso ginásio de treinos é muito bom. Não tenho, até agora, motivo para sair para clubes de outros estados para jogar", diz o líbero Rogerinho.

"Já a equipe masculina do handebol, do Colégio Estadual Vicente Tomazini, de Francisco Alves, é incentivada pela prefeitura, é o time que representa a cidade nos Jogos da Juventude do Paraná", fala Márcia Tomadon.

Para chegar à etapa brasileira, os esportistas passam por seletivas municipais, regionais, macrorregionais e estaduais. Ao todo, em 2010, foram 18 mil escolas participantes (cerca de 10% do total de instituições de ensino fundamental e médio no país). Destas, 13 mil eram pú­­blicas. (AB)

Medalha de ouro no Pan de Gua­­dalajara e recordista sul-americana na disputa do revezamento 4x100 metros no atletismo, Vanda Gomes trocou o handebol pelas pistas ainda no ensino médio. Ela queria ser a campeã da sua região e viajar para Curitiba disputar a etapa estadual da competição colegial.

O sonho realizado da corredora de Matelândia é o mesmo que alimenta os 3,6 mil atletas entre 15 e 17 anos que passaram a semana na capital paranaense para a disputa das Olimpíadas Escolares. Mas alguns deles chegaram com maiores pretensões: além de conhecer "a cidade grande", sonham com o Olimpo – a disputa dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

A competição – com 12 práticas desportivas – termina esta tarde, com premiação dos vencedores, a partir das 16 horas, no Ginásio do Tarumã.

"Em algumas modalidades, especialmente nas individuais, teremos atletas que podem, de fato, estar competindo em 2016. Quem competiu aqui essa semana estará, daqui a cinco anos, com idades entre 20 e 22 anos, um bom estágio de maturidade para algumas modalidades. E são os melhores que disputam as Olim­­píadas Escolares no judô, ginástica rítmica, atletismo, natação, tênis de mesa", afirma o diretor-geral do evento amador no Co­­mitê Olím­­pi­­co Brasileiro (COB), Edgar Hubner.

A probabilidade cai nos esportes olímpicos coletivos da competição juvenil – no caso, vôlei, basquete e handebol – porque competem os melhores times das escolas, não necessariamente os me­­lhores jogadores. Ainda assim, estar na delegação brasileira que disputará a Olimpíada como anfitriã está no imaginário dos jovens que competiram em Curitiba.

Um dos destaques da edição curi­tibana foi a catarinense Tami­­riz de Liz, primeira colocada no ranking juvenil e quarta melhor do país nos 100 m e 200 m rasos no atletismo. Aos 16 anos, é apontada como uma das promessas brasileiras da modalidade. Na capital, ela foi bicampeã nos 100 m, batendo o recorde da competição, com o tempo de 11s56.

Na natação, a curitibana Gio­­vanna Dorigon, 15 anos, comemorou o recorde da competição no revezamento 4x50 metros. Aluna do Positivo, ela formou equipe com Nicole Ribas e Nicole Murdiga, do Dom Bosco, e Luanna Pedroso, do Cooperativa, de Foz do Iguaçu, e terminaram a prova em 2min04s17.

"Também ganhei duas pratas, nos 200 m medley e no revezamento 4x50 m livre. E foram bons resultados, porque competi com as melhores nadadoras do Brasil na nossa faixa etária. Disputar as Olimpíadas Escolares ajuda a pensar o futuro porque é uma competição de nível muito alto e é mais uma meta a conquistar no calendário", diz a nadadora, atual campeã brasileira nos 100 m peito juvenil.

Esta foi a sétima edição das Olimpíadas Escolares para estudantes de 15 a 17 anos. Nas disputas individuais, 44 recordes foram batidos. Sinal de que o nível técnico para se chegar ao topo do pódio está cada ano mais difícil. "Não dá mais para pensar que é fácil chegar à final", diz o líbero do time de vôlei masculino do Colégio Regina Mundi, de Maringá, Rogerinho. Na seleção brasileira infantojuvenil, pela qual foi campeão sul-americano, ganhou o apelido de "Mon­­tanha". "Isso foi uma piada, o apelido é oposto do que sou, porque sou o mais baixo do time", diz o jogador de 1,66 m.

"As escolas cada vez mais têm dado atenção à preparação das equipes, melhorando sua estrutura esportiva, investindo na competição. Já para os atletas, olheiros das seleções brasileiras de base são convidados a observar as disputas, o que incentiva os participantes", encerra Hubner.

Serviço

Finais do vôlei, basquete, handebol e futsal ocorrem em várias praças esportivas da cidade. Agenda no site oficial do evento: http://www.olimpiadasescolares.com.br. Premiação a partir das 16 horas no Ginásio do Tarumã.

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