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Capitão paranista revelou que a situação financeira dos jovens foi o motivo principal do protesto | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Capitão paranista revelou que a situação financeira dos jovens foi o motivo principal do protesto| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Sindicato indica impontualidade ‘crônica’ na Vila

O Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Re­­creativas, de Assistência So­­cial, de Orientação e For­­mação Profissional no Estado do Paraná (Senalba-PR) publicou ontem uma nota oficial revelando que há anos o Paraná vem enfrentando problemas com atrasos de salários e outras obrigações trabalhistas. Inclusive, o sindicato revelou que há uma série de ações e acordos judiciais envolvendo o clube.

A nota afirma que o órgão vem sendo repetidamen­­te pro­­curado por funcioná­­rios do clube e que o Ministério Público do Trabalho e a Su­­pe­­rintendência do Re­­gional do Trabalho e Emprego foram acionados para tentar sanar a situação. Além disso, a nota revela que nos últimos meses diversas ações foram protocoladas pedindo rescisões de contratos de trabalhadores ligados ao Tricolor. No fim, o órgão disse esperar que o Paraná resolva os problemas de atrasos, mas que se for necessário poderá aplicar medidas judiciais contra a agremiação.

A diretoria do Paraná também se manifestou por meio de nota oficial. No documento, o clube admitiu a impontualidade, mas ressaltou que está buscando soluções para a questão. Uma das possibilidades apontadas estava na viagem que o presidente, Rubens Bohlen, e o superintendente, Celso Bitttencourt, fizeram ao Rio de Janeiro, nesta semana, para captar recursos.

Por fim, a comunicação pa­­­­­­ranista destacou que as reclamações sobre estrutura são de âmbito interno e de rotina e que não serão resolvidas de modo externo.

No dia seguinte à publicação de carta reclamando de sa­­lários atrasados de jogadores e funcionários, além de problemas de estrutura no Pa­­raná, o capitão do time, Lúcio Flávio, explicou que a decisão de se ma­­nifestar foi tomada para ajudar os funcionários e os atletas mais jovens do elenco – "classes" que mais sentem o reflexo da falta de dinheiro.

"Essa manifestação foi uma forma de salvaguardarmos os jogadores mais jovens, que estão com dificuldades. Eles não são como nós, mais experientes, que conseguimos lidar com atrasos. Os funcionários também ficam vulneráveis", explicou o camisa 10 paranista.

Ele comentou o caso enquanto acompanhava – ao lado de parte dos companheiros e da comissão técnica – a eliminação do Tricolor na primeira fase da Copa do Brasil sub-20, na Vila Capanema. O Paraná perdeu por 2 a 0 para o Grêmio, atual campeão da Copa Belo Horizonte, com gols de Yuri Mamute e Guilherme Biteco.

"Eu já passei por isso [atraso nos vencimentos] em outros clubes e sei o que eles [os mais jovens] estão sentindo. Em outros clubes, alguns atrasos são até maiores, mas lá os jogadores ganham R$ 80 mil por mês, o que permite contornar a situação. Não é o caso daqui, em que temos uma folha salarial bem menor", afirmou o meia.

Um acordo informal com os jogadores teria sido feito para que os salários de agosto, ainda pendentes, fossem pagos entre o fim desta semana e o começo da próxima. Em determinado momento, a exemplo de anos anteriores, chegou-se a cogi­­tar uma paralisação, medida vetada pelos mais experientes do plantel. "Uma greve como em anos anteriores não adiantaria. Seria ruim para a torcida e para a relação com a diretoria", explicou Lúcio Flávio.

O capitão e ídolo do Pa­­ra­­ná espera que as manifestações dos jogadores ajudem o clube a evoluir e a não repetir os mesmos problemas no futuro. "Vamos melhorando para evitar isso no futuro, pois é ruim estar numa competição e perder o foco dela na hora mais decisiva por causa destes erros", concluiu.

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