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A única medalha de ouro conquistada pelo Brasil em esportes individuais no sábado (29), o penúltimo dia dos Jogos Pan-Americanos de Guadalaraja, veio da modalidade na qual o país teve o melhor aproveitamento na principal competição das Américas: o judô.

No tatame mexicano, onde os judocas brasileiros só não subiram no pódio em uma categoria, o primeiro lugar do paulista Felipe Kitadai representou um importante recorde para a delegação de quimonos.

Com seis ouros na conta, o Brasil bateu seu próprio desempenho nos Jogos – nas edições de Santo Domingo (2003) e Indianápolis (1987) havia conquistado uma primeira colocação a menos. Contando com as medalhas de prata e de bronze de Érika Miranda e Sarah Menezes, respectivamente, foram, ao todo, 13 medalhas vindas do judô.

Mas não foi só a arte marcial japonesa que distribuiu bons resultados. Das 12 medalhas tupiniquins do dia, duas pratas vieram do boxe. A canoagem contribuiu com duas (prata e bronze), enquanto a esgrima, o hipismo, o caratê e o polo aquático somaram um bronze cada.

O vôlei brasileiro, mais uma vez, deu show. Por 3 sets a 1, a equipe comandada pelo técnico curitibano Rubinho derrotou a arquirrival Cuba e chegou ao bicampeonato pan-americano. Aliás, o Brasil mostrou ampla supremacia no esporte, já que venceu, no masculino e no feminino, a disputa nas quadras e nas areias.

Com os resultados do dia, a delegação brasileira garantiu a terceira colocação nos Jogos (47 ouros), atrás de Cuba, que tem 11 de vantagem, e à frente do anfitrião México, que soma até aqui 42 primeiros lugares. Os Estados Unidos seguem folgados na liderança, com 92 ouros. Neste domingo (30), apenas a maratona, o rúgbi e o basquete têm finais.

Judô faz história

Felipe Kitadai não estranhou o quimono emprestado. O paulista, apesar da torcida contrária, bateu o mexicano Nabor Castillo por ippon e garantiu o ouro que marcou a melhor participação do judô brasileiro na história dos Jogos.Com problema intestinal na semifinal, o judoca sujou sua vestimenta e foi obrigado e emprestar a roupa de Sarah Menezes. Mas o incidente foi minimizado pelo campeão.

"Isso não é importante. Só mostra o quanto eu estava focado. Não vim preocupado com roupas ou qualquer outra coisa, mas só em lutar", disse. "Busquei me fortalecer fisicamente. Fui treinar no Rio Grande do Sul, com atletas como o João Derly, e isso vem dando resultado. O Pan é muito difícil e consegui o ouro", completou.

Érika Miranda poderia ter aumentado o recorde do judô brasileiro em Guadalaraja, mas perdeu para a cubana Yamet Bermoit, vice-campeã olímpica. Ela foi imobilizada pela rival por 25 segundos, o que representa um ippon – o golpe perfeito do esporte.

"Abri um pouquinho no começo da luta, tentei ir para cima, mas, infelizmente perdi. Vou voltar para casa e treinar mais", comentou Érika após a luta, em entrevista ao portal Terra.

Na disputa do bronze, Sarah Menezes comemorou a vitória sobre a colombiana Luz Adiela Alvarez, com ippon em 1min29 de combate. Mas a bicampeã mundial júnior queria mais.

"Não esperava um bronze, mas sim um ouro. Eu tive um a lesão e estava sem ritmo de competição. Senti muito isso aqui. Agora vou trabalhar para que isso não ocorra novamente", declarou Sarah, que pelo menos terminou a competição com um triunfo, como a própria ressaltou.

Time B é ouro no vôlei

A seleção masculina de vôlei decidiu o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara já na madrugada de domingo (horário de Brasília) e conseguiu o bicampeonato do torneio sobre Cuba: 3 sets a 1, parciais de 25/11, 24/26, 25/18 e 25/19. Mesmo com um time B, o Brasil continua soberano na modalidade.

"Isso mostra que podemos, sim, ter mais de uma seleção com grande qualidade", afirmou o levantador Bruno Rezende, que, ao lado de Gustavo, era foi o único em quadra que esteve no título de 2007, no Pan do Rio.

Este foi o primeiro título do paranaense Rubinho como técnico do time em uma competição para a equipe principal. Ele sempre esteve ao lado de Bernardinho como auxiliar.

Boxe brasileiro leva nocaute de Cuba

As derrotas de Robson da Conceição e Yamaguchi Florentino nas categorias até 60 kg e até 81 kg, respectivamente, fizeram com que o boxe brasileiro deixasse Guadalaraja com um desempenho pior que o conquistado no Pan do Rio, em 2007.

Na ocasião, a equipe nacional levou um ouro, uma prata e seis bronzes – agora, apenas dois segundos e três terceiros lugares. Contando os resultados do dia, todos os cinco confrontos diretos contra cubanos no Pan foram vencidos pelos caribenhos.

Esgrima é bronze por equipe

Da mesma forma que fez no Rio, quatro anos atrás, a esgrima brasileira fechou o Pan com três medalhas de bronze.

O último pódio veio no sabre masculino por equipe. A disputa pelo terceiro lugar foi com a Venezuela – o Brasil levou a melhor por 45 a 44. O time formado por Renzo Agresta, Willian de Moraes e Tywilliam Pacheco repetiu o feito que não acontecia desde 1975.

Em cima de Cuba, polo aquático leva o bronze

Com uma vitória sobre Cuba por 14 a 7, a equipe brasileira de polo aquático conquistou o terceiro lugar nos Jogos. O resultado foi idêntico ao do time feminino, que também derrotou cuba na disputa do bronze.

Bernardo Alves é terceiro no salto

O cavaleiro Bernardo Alves, montado na égua Brigit, teve apenas 2.09 pontos perdidos na prova de salto individual e garantiu a medalha de bronze no hipismo. As amazonas americanas Christine Tribble McCrea e Patton Madden levaram o primeiro e segundo lugares, respectivamente.

Canoagem leva duas medalhas

A canoagem encerrou sua participação no Pan com duas medalhas. Foi prata com Nivalter de Jesus na categoria C1 200m, e bronze com os irmãos Gilvan e Givago Ribeiro no K2 200m.

Apesar da medalha de prata, Nivalter lamentou o resultado da final do C1 200m porque não conseguiu a vaga olímpica – o único brasileiro a se garantir nos Jogos de Londres foi o canadense Richard Dalton, que ganhou ouro.

"Meu objetivo aqui era a classificação [para a Olimpíada], uma medalha era consequência. Me senti bem o tempo todo e dei o meu melhor na prova, mas infelizmente não foi suficiente. Não sei dizer o que faltou, foi por muito pouco. Estou muito triste, mesmo sabendo que dei 100%. Aqui, só a vitória importava", lamentou.

Valéria conquista quinta medalha do caratê

Valéria Kumizaki ficou com o terceiro lugar na categoria até 55 kg do caratê. A brasileira venceu suas três primeiras lutas, mas perdeu para a americana Shannon Nishi na semifinal – como não há disputa de terceiro, ela garantiu a medalha.

"Fiz tudo o que podia, mas não foi suficiente. É claro que eu queria brigar pelo ouro, mas saio satisfeita porque sei que dei tudo de mim. Não tinha mais nada que eu pudesse fazer, são coisas que acontecem", disse Valéria, sem reclamar do resultado.

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