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O juiz da 10.ª Vara Cível de Curitiba, Rogério de Assis, concedeu uma liminar que pede o afastamento imediato da presidente da Confederação Brasileira de Ginástica (CGB), Vicélia Ângela Florenzano.

A Universidade do Norte do Paraná (Unopar) entrou com uma ação civil pública contra a CBG "alegando que Vicélia não está exercendo o cargo de forma condizente", segundo a liminar. O advogado da Unopar, Francisco Zardo, disse que o oficial de Justiça tentou entregar, ontem, a intimação na CBG, o que não pôde ser feito. De acordo com a assessoria de imprensa da Confederação, Vicélia está em viagem pela Colômbia e deve retornar na sexta-feira.

Zardo comenta que a CBG não publicou seus balanços referentes ao exercício de 2003 e 2004 no prazo estipulado pela Lei Pelé, ou seja, até o fim de abril do ano seguinte. "Só pelo fato de os prazos não terem sido cumpridos, a pena prevista para o responsável da entidade é a inelegibilidade por dez anos."

Há evidências de descontrole administrativo, mas não de apropriação de valores, diz Zardo. "O temor é que o descontrole e a falta de transparência administrativa possam causar corte de verbas. A Unopar, que é filiada à CBG, por exemplo, tem projetos sociais atendendo 600 crianças carentes em atividades de ginástica rítmica."

Segundo Zardo, por iniciativa da própria CBG, a entidade foi auditada em 2003 pela empresa Muller, Bazzaneze e Ciad. A auditoria encontrou, afirma Zardo, duas contas bancárias no Banco do Brasil não contabilizadas. Uma delas, com saldo de R$ 79.561 (verba repassada pelo Ministério do Esporte) e a outra com R$ 240 mil referente ao patrocínio da Coca-Cola. Ainda há uma terceira conta na Caixa Econômica Federal, diz o advogado, com saldo de R$ 80 mil, que consta como zerada na contabilidade da CBG.

O juiz Rogério de Assis explica que a liminar que pede o afastamento imediato de Vicélia leva em conta os indícios do alegado apresentados e o risco de dano irreparável. "Quando há indícios aparentes de irregularidades administrativas, e levando-se em conta que mantendo a presidente em seu cargo existe a possibilidade de cortes de verbas para a entidade, a minha decisão se baseia no fato de que o prejuízo maior seria mantê-la no cargo do que afastá-la."

Assis comenta que a tutela antecipada serve "para evitar um risco maior de a Confederação, que tem hoje atletas como Daiane dos Santos, Diego e Daniele Hipólito, ter suas verbas federais cortadas e prejudicar o treinamento da seleção. O atleta não pode ser prejudicado por isso."

Em nota oficial, a Unopar alega que a seleção brasileira de ginástica rítimica de conjunto treinou em Londrina durante mais de dez anos sob o comando da técnica Bárbara Laffranchi. Após as Olimpíada de Atenas, em 2004, a CBG anunciou a dissolução da seleção de GR de conjunto, diz a nota, sendo este o motivo que levou a Unopar a entrar com a ação, argumentando que esta decisão "acabou a com a GR no Brasil".

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