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Dirigente quer limitar reeleição e vender Pinheirão

Uma das pretensões de Hélio Cury é mudar o estatuto da Federação Paranaense de Futebol para que nunca mais ocorra um reinado como o de Onaireves Moura. O ex-dirigente ficou à frente da entidade por 22 anos, ou seja, foi reeleito cinco vezes. "A minha intenção é mudar o estatuto para permitir apenas um reeleição. E oito anos já é mais do que suficiente", afirmou.

O novo comandante da FPF só foi sentar na cadeira da presidência no meio da entrevista. Lá, anunciou também que, após tomar conhecimento da dívida real da entidade (que pode chegar a R$ 50 milhões), pretende vender o Pinheirão para pagar parte da conta. "A Federação é para administrar o futebol do estado, não um estádio", afirmou.

Desde a manhã de ontem, os boatos na FPF eram de que haveria uma intervenção feita pela Polícia Cívil. Os funcionários já tinham até horário: 17 horas. Mas Cury chegou antes. (MR)

Hélio Cury, de 57 anos, é o novo presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Depois de quase quatro anos, a Justiça acatou o pedido do adversário político de Onaireves Moura e destituiu a atual diretoria da entidade.

O empresário (tem uma loja de material esportivos) tentava assumir a instituição desde meados de 2004, quando foi derrotada pela chapa de Moura por 77 votos a 8. A eleição vinha sendo contestada por ele antes mesmo de ser realizada. O processo que resultou no mandato judicial de ontem data de três dias antes do pleito, realizado em 30 de abril daquele ano.

Na época, Cury alegou que seu adversário não poderia se candidatar à reeleição, pois contrariava a Lei Pelé em seu artigo 23. Nele, está prevista a inelegibilidade de dirigentes condenados em sentença definitiva por crime doloso e que estejam inadimplentes com a contribuição previdenciária, entre outros.

Moura se encaixava nos dois casos, mas demorou para que a Justiça reconhecesse isso. No começo do ano passado, o caso chegou a ser julgado, mas o juiz encarregado da questão entendeu que, como a eleição já havia sido realizada, não haveria mais nada a se fazer. Um recurso no Tribunal de Justiça, contudo, fez o processo retornar à estaca zero e cair na 9.ª Vara Cível de Curitiba, a cargo da juíza Denise Antunes. Na noite de terça-feira, ela definiu que Cury assumisse.

Para Moura e o antigo Conselho Fiscal da FPF, a decisão chegou tarde. Todos já estão detidos preventivamente, acusados de fraude, formação de quadrilha, estelionato e apropriação indébita de dinheiro. Foram presos na operação "Cartão Vermelho", da Polícia Cívil. Mas sobraram os sete vices do cartola, entre eles o então presidente em exercício, Aluízio Ferreira, que continuavam tocando a entidade.

Todos foram pegos de surpresa, inclusive Cury. "Não tive tempo nem de avisar a minha diretoria", disse. O novo presidente terá cinco meses até a próxima eleição – da qual já antecipa a candidato –, mas não deve fazer mudanças drásticas. "Nem seria coerente da minha parte. Primeiro, faremos uma auditoria jurídica para saber em que pé está isto aqui".

Já Aluízio acabara de sair de um depoimento na Polícia Civil e quando chegou à FPF deu de cara com o oficial de Justiça.

"Vou ajudar o Cury no que for preciso para a entidade continuar funcionando, mas vou buscar os meu direitos", afirmou. Até amanhã, ele deverá entrar com recurso no Tribunal de Justiça.

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