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Um dia após passar por uma cirurgia de estabilização da coluna cervical, a ex-ginasta e agora esquiadora Laís Souza apresentou pequena evolução em seu quadro ontem – que é grave, mas estável. A atleta de 25 anos é capaz de encolher os ombros, mas continua sem movimentos nos braços e pernas, depois de ter se acidentado enquanto esquiava na estação de Park City, em Salt Lake City, nos EUA. Ela e outra atleta, Josi Santos, treinavam à espera da confirmação da vaga para a Olimpíada de Sochi, que começa no próximo dia 7.

De acordo com o traumatologista Antonio Marttos Junior, da Universidade de Miami e primeiro membro do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) a chegar em Salt Lake City, a cirurgia pela qual Laís passou na tarde da última terça durou cinco horas. O especialista informou que o procedimento realinhou a vértebra C3 (que foi deslocada por causa do impacto do choque) ao restante da coluna cervical. Houve lesão na medula.

"Laís passou por um pequeno progresso do quadro neurológico. Reiteramos que a atleta ainda se encontra na fase aguda do trauma e qualquer prognóstico definitivo necessita de tempo", afirmou Marttos. A atleta respira por meio de ventilação mecânica, está consciente e se comunica com o corpo médico, formado por especialistas do Hospital da Universidade de Utah, onde está internada.

A brasileira passará por mais duas cirurgias: uma traqueostomia (abertura de orifício na traqueia) e uma gastrostomia (fixação de sonda para alimentação). Os procedimentos indicam que Laís não terá autonomia respiratória e a capacidade de deglutir alimentos por um longo período. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, lesões na vértebra C3 podem causar paralisia irreversível. Laís, portanto, pode ficar paraplégica ou tetraplégica.

Hoje, a mãe de Laís, Odete, chega aos EUA. A fisioterapeuta de Laís, Denise Lessio, e a gerente geral do COB, Adriana Behar, a acompanham na viagem. A convocação brasileira para Sochi será hoje. A vaga no esqui livre aéreo, assegurada ontem pela Federação Internacional, deve ficar com Josi, caso ela tenha condições psicológicas de participar do evento.

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