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Frederic Donzé, diretor da Agência Mundial Antidoping (Wada, nasigla em inglês), e Efraim Barak, árbitro da Corte Arbitral do Esporte (CAS), admitiram a existência de um "possível conflito" entre as normas que aplica o código antidoping e os direitos fundamentais dos atletas.

Segundo Barak, advogado israelense que presidirá o tribunal que decidirá na CAS o futuro do ciclista espanhol Alberto Contador, "as leis espanholas não estão totalmente de acordo" com o Código antidoping da Wada.

A principal distinção estaria nas informação sobre o paradeiro e controle dos atletas fora das competições.

O cumprimento da lei antidoping, segundo as normas da Wada, obriga os desportistas a apresentarem mais dados sobre seu paradeiro, incluindo distâncias aos lugares, como por exemplo, os hotéis.

Este aspecto foi denunciado pelos próprios atletas, que entendem como sendo violação de direitos fundamentais, o do livre movimento e o da intimidade.

Donzé e Barak admitiram que "pode ter violação de direitos", mas enquanto o primeiro deles se referiu a conveniência de equilibrar as leis antidopings com o respeito de direitos fundamentais, Barak falou da personalidade "específica" dos esportistas.

"Um trabalhador normal, se não está de acordo com a sua empresa, pode sair com total liberdade; no entanto, um jogador é empregado de um clube e se quer sair tem que analisar as cláusulas que o impede, e avaliar o dinheiro que terá que pagar. Isso não acontecia antigamente", explicou Barak.

Donzé explicou no seminário sobre "O futuro da luta contra o doping", organizado pelo Conselho Superior de Esportes (CSD) e participou de uma conferência sobre o papel da Wada e do Código Mundial Antidoping, enquanto Barak falou sobre a CAS nos procedimentos disciplinares do doping.

O advogado israelense comentou sobre o caso do Contador, suspeito de utilizar substâncias ilegais no Tour de France de 2010, e que terá um desfecho somente entre o dia 21 e 24 de novembro.

Também participou da reunião o doutor italiano Mario Zorzolli, diretor da Comissão médica da União Ciclista Internacional (UCI), que se referiu ao passaporte biológico como método antidoping.

Zorzolli disse que desde a aplicação do passaporte biológico os atletas que consomem eritropoetina "fazem-no em doses baixas e às vezes combinam a substância com hormônios de crescimento mediante a microtransfusões", um uso, que segundo o médico italiano "não é sistemático, mas se aplica em determinadas datas da temporada".

Também afirmou Zorzolli que o futuro do passaporte biológico inclui a detecção do uso da testosterona e o hormônio de crescimento.

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