• Carregando...
 |
| Foto:

EUA 3 x 2 Brasil

A despeito da grande vitória de Anderson Silva, os americanos venceram o duelo contra os brasileiros no UFC 117, na cidade californiana de Oakland.

Na primeira luta do card principal, Júnior Cigano precisou de três round para derrotar Roy Nelson por decisão unânime dos jurados. Mesmo superior, o catarinense não conseguiu seu 12º nocaute da carreira diante do forte rival, que apesar da forma física que pouco lembra a de um lutador, mostrou muita resistência.

No confronto seguinte, Ricardo "Cachorrão" Almeida, não foi páreo para o experiente Matt Hughes e perdeu ao ser estrangulado até apagar ainda no primeiro round.

Rafael dos Santos lutou de igual para igual com Clay Guida. No entanto, uma lesão na mandíbula – há suspeita de fratura – causada por um direto de esquerda ainda no primeiro assalto, foi a responsável pela desistência do brasileiro dois rounds mais tarde.

Na segunda luta mais importante da noite, Thiago "Pitbull" Alves sentiu o baque de enfrentar o bem cotado Jon Fitch. Perdeu em decisão unânime, após três rounds.

Como destaque, vale lembrar o confronto entre o holandês Stefan Truve e o americano Christian Morecraft, que não fazia parte do card principal. O europeu de 2.10m foi literalmente massacrado na primeira parte do embate, mas resistiu bravamente e voltou para nocautear o adversário, levantando o público da Oracle Arena.

Ele falou, intimidou, provocou – e por muito pouco não cumpriu. Durante quase cinco rounds do UFC 117, na madrugada deste domingo (8), em Oakland, nos Estados Unidos, Chael Sonnen esteve perto de ser o primeiro homem a derrotar o curitibano Anderson Silva no Ultimate Fighting Championship (UFC). Com amplo domínio dentro do octógono, o americano simplesmente surrou o campeão dos médios nos vinte minutos iniciais do combate. Quando tudo parecia perdido, a 1min28s do fim, porém, um triângulo perfeitamente aplicado pelo brasileiro impediu o término dos quatro anos da "dinastia Silva" no topo do mundo das artes marciais mistas (MMA).

Apesar do golpe salvador de "Spider", que serviu para calar o rival falastrão que havia prometido roubar-lhe o título e dar-lhe a aposentadoria precoce, a imagem do lutador após o embate deixou claro o tamanho do sufoco do qual ele conseguiu escapar.

Cabeça baixa, muito suor e escoriações no rosto, além de um olhar irreconhecível – que entrelaçava alívio e frustração – era o retrato do paranaense por adoção (nasceu em São Paulo) no retorno ao vestiário.

Pouco antes, também com o mesmo aspecto estafado, enquanto posava com o cinturão, ele mal conseguia falar na entrevista oficial.

"Sei que não é desculpa, mas não estou 100%. Trinquei minha costela nos treinos e o médico pediu para eu não lutar. Mas em consideração a vocês [torcedores] eu vim aqui hoje", disse, ao som de vaias de boa parte da Oracle Arena.

Talvez somente uma lesão consiga explicar o fraquíssimo desempenho de Anderson desde o primeiro assalto. A confiança demonstrada no momento do toque das luvas – olhar compenetrado no rival, ao contrário de Sonnen, que encarava o chão – sumiu quando a primeira sequência de golpes do wrestler entrou.

A partir daí, até o fim do encontro, o que se viu foi uma grande superioridade do lutador da casa, que castigava o brasileiro sem dó e até chacoteava em alguns golpes. No chão, em situação desfavorável, "Spider" ficou perto de ser nocauteado ainda no primeiro round.

No intervalo do terceiro para o quarto assalto, o técnico do americano parecia prever o desfecho da luta. "Estou orgulhoso de você, mas a luta ainda não acabou", disse, em um momento em que a decisão por pontos já coroaria seu pupilo.

O curitibano deu sinais de melhora na sequência, mas invariavelmente acabava anulado pelo incisivo grounding pound [jogo de chão] do adversário.

Logo no início quinto round, quando só um nocaute ou finalização restava como esperança, "Spider" tentou atacar, escorregou, e mais uma vez encontrava-se em meia-guarda. E foi justamente aí que ele provou que os 11 triunfos anteriores no UFC, sete deles em defesas de título (a maior da história do torneio), vieram não só por talento e dedicação. Era preciso algo a mais.

"Esta luta é daquelas que fazem as lendas", resumiu Dana White, um dos donos do UFC, e que abertamente vinha criticando Anderson por seu comportamento "desleixado" nos últimos confrontos. "Esse cara (Anderson) apanha por quase cinco rounds, mas acha um jeito de vencer", completou.

Ao linguarudo Sonnen, restou chorar suas mágoas. "Estou devastado. No fim do dia, ou você tem sua mão erguida, ou não. Eu não tive. Não posso esconder. Meu coração foi partido".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]