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O ex-goleiro Ricardo Pinto fez parte do grupo que subiu o Atlético para a Primeira Divisão no final de 1995, e permaneceu no time para a temporada seguinte | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
O ex-goleiro Ricardo Pinto fez parte do grupo que subiu o Atlético para a Primeira Divisão no final de 1995, e permaneceu no time para a temporada seguinte| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

"Vamos brigar por títulos", dizia Pepe ao assumir o time de 95

"Quando cheguei, não esperava um material tão bom", diz o técnico Pepe sobre o time do Atlético que assumiu durante a Segunda Divisão de 1995, quando substituiu Zequinha.

"Realmente me surpreendi. Liguei para a mulher e os filhos antes de estrear e disse: ‘Tenho material bom e vamos brigar por títulos’", conta o treinador, hoje com 76 anos. De fato, não demorou para o time deslanchar. "Foi um grande momento de felicidade da carreira. Tí­­nhamos o Oséas, o Paulo Rink e grandes alternativas de jogadores para cada tipo de jogo. Foram 15 jogos, com 12 vitórias, dois empates e apenas a derrota para o Coritiba [na penúltima rodada do quadrangular final]. Jogá­vamos um futebol eficiente", lembra.

Pepe só não entendeu os mo­­tivos que levaram o clube a trocá-lo por Emerson Leão na temporada seguinte. "Tinha uma boa relação com a diretoria. Morava bem num hotel, e a cidade é linda. Até a hora que ganhamos e tudo mudou", diz, sobre a transição para 1996. "Acabei não renovando [o contrato]. Quando acabou disseram que tinham interesse, fui aguardando e várias equipes me procuraram . Fui surpreendido com o Leão, meu amigo, que me perguntou, como é que é lá, pois tinha um contato. Dei todas as referências positivas."

Ele encerrou a carreira de técnico em 2005, com ótimas lembranças da arquibancada rubro-negra. "Foi uma felicidade treinar o Atlético, uma das torcidas mais vibrantes que vi. Foi uma pena cair agora. É uma lástima que tenha acontecido. Resta reconfortá-los e torcer para voltar em 2012", espera.

Da Redação

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Memória

Volta à elite do Rubro-Negro teve 28 partidas e apenas 3 derrotas

Para voltar à Primeira Divisão, o Atlético teve de passar por quatro fases no campeonato de 1995. Na primeira parte do torneio foram sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota – justamente na estreia, fora de casa, diante do Goiatuba (GO). Americano (RJ), Novorizontino (SP), América (SP) e Barra do Garça (MT) completavam o grupo rubro-negro.

Na segunda fase, o Furacão en­­carou Mogi Mirim (SP), Londrina e novamente o Novorizontino. O Furacão terminou mais uma vez na liderança, com quatro vitórias, um empate e uma derrota. Na etapa seguinte, contra Central (PE), Bangu (RJ) e Ser­­gipe, o Atlético se manteve in­­victo – cinco vitórias e um empate – chegando finalmente ao qua­­drangular decisivo. Campeão, o clube subiu à elite com mais quatro triunfos, um empate e uma derrota. O Coritiba foi o vice. Mogi Mirim e Central ficaram pelo caminho. (RM)

Um exemplo a ser seguido no Atlético. É desta forma que os campeões brasileiros da Série B em 1995 veem a última vez que o Furacão passou pela Segundona. Uma campanha que serve como inspiração para 2012.

Segundo os ex-jogadores Leomar, Ricardo Pinto e Alex Lo­pes, o diferencial para aquele ano vitorioso foi a união e o comprometimento do elenco. Pala­vras já gastas no futebol, mas que os três garantem realmente funcionar.

"O grupo se fechou. Lógico que tinha discussão dentro de campo, mas não desavença. Pode se tirar uma boa lição", garante o ex-volante Leomar, hoje empresário de jogadores.

Para Alex Lopes, companheiro de marcação dele no meio de campo, o sucesso passou também pelo envolvimento dos jogadores fora do gramado. "Éramos bem unidos, um ia na casa do outro. Isso é amizade", conta o também amigo da famosa dupla de ataque Paulo Rink e Oséas, que atualmente trabalha na comissão técnica atleticana como observador técnico.

"Toda segunda-feira a gente fazia um churrasco. Nós tínhamos prazer de tomar uma cerveja, conversar. Hoje está mais co­­mercial", completou o ex-goleiro Ricardo Pinto, treinador desempregado e dono de uma escolinha de futebol.

O acerto administrativo é ou­­tro ponto apontado por eles como fundamental para a campanha. "Mudou a diretoria, eles fizeram uma reformulação, acertaram nas contratações. O que faz ter rendimento dentro de campo é o que se faz fora dele", ar­­­gumenta Leomar.

"O Atlético conseguiu montar um grupo que acreditava na diretoria e no clube. Todos tinham certeza de que iam receber o que estava prometido", lembra Ri­­cardo Pinto. "A palavra era comprometimento. Um olhava para o outro e sabia que o objetivo de todos era subir para a Série A", completa Alex Lopes.

De acordo com o ex-volante, os jogadores que atuarem pelo Atlético no ano que vem terão uma vida mais fácil do que o time de 1995. "Era muito mais difícil. Podíamos fazer a melhor campanha e perder nas oitavas de final. Hoje, se manter uma regularidade, vai subir", diz, apostando que o acesso virá se o Furacão montar um time forte já para o Parana­ense e depois contratar algumas peças para a Série B.

Ricardo Pinto faz outra ponderação fundamental: será a hora de a raça atleticana aparecer. "O grupo tinha consciência de que estava na Série B e tinha de ralar para sair de lá. Tem de ser um time bom, mas com pegada, e que viva a Segunda Divisão no todo", ensina.

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