Livre de punição, Operário desenha retorno aos gramados

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Passada a euforia da vitória no julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no último dia 16, que deu sinal verde para o Operário Ferroviário, de Ponta Grossa, disputar a Segundona estadual , chegou a hora de pôr os pés no chão. Depois de resolvido o impasse, que durou exatos 201 dias, desde o abandono de campo na semifinal da Divisão de Acesso do ano passado, em jogo disputado contra o Foz do Iguaçu, o Grupo Gestor corre para buscar patrocínio e montar o time para a pré-temporada. O campeonato está previsto para começar em maio.

"Estamos no primeiro dia útil desde a confusão do ano passado", dizia um dos membros do Grupo Gestor, Franco Menezes, dois dias após a decisão do STJD.

Desde o final de junho do ano passado, os operarianos desconheciam o destino do clube. Se fosse punido pelo abandono, aos 41 minutos do segundo tempo diante de um pênalti a favor do Foz, o Fantasma só retornaria na Terceira Divisão, em 2010. Com isso, os trabalhos ficaram parados e o Grupo Gestor, sem argumentos para correr atrás de patrocinadores. Há dois meses, desde a saída do juniores do campeonato estadual, o gramado do Estádio Germano Krüger só é usado para a recreação dos associados.

O presidente do Grupo Gestor, Chico da Bracol, afirma que a fase atual é de elaboração de projetos. Ele pretende ouvir a opinião dos comentaristas esportivos e das três torcidas organizadas para finalizar um projeto de futebol que seja vendido para patrocinadores. Os gestores já sinalizam para nomes de jogadores e membros da comissão técnica, mas a contratação ainda depende da definição do orçamento. "No papel temos mais de um time montado", acrescenta Chico, lembrando que os gestores trabalham com pelo menos dez nomes de candidatos a técnico.

A expectativa é de que a pré-temporada seja mais curta que a do ano passado. "Em 2008 iniciamos uma pré-temporada com quase três meses de antecedência e não conseguimos subir", reconhece Chico. Pelo visto, a torcida concorda. "Se conseguirmos um técnico experiente, não importa que a pré-temporada seja menor", diz o coordenador de torcida organizada, Thiago Moro. Assim como a diretoria, ele afirma que os torcedores estão esperançosos. "O imbróglio na Justiça Desportiva deixou a torcida preocupada, mas agora estamos animados", comenta.

Esperança

O defensor do Operário no processo, Domingos Moro, julga que o clube tem tudo para subir à elite neste ano porque já conseguiu o mais difícil. "Era um processo totalmente perdido, mas que teve um ganho inédito na história desportiva brasileira", atesta. Ele defende que o Operário tem que olhar pra frente e pensar não somente na Primeira Divisão do Paranaense, mas nos campeonatos nacionais. "O Operário é a grande bandeira do interior", acredita.

Além do otimismo, os gestores vão usar o marketing histórico do clube para conquistar apoiadores. O Fantasma completará 97 anos em maio e é o segundo clube mais antigo do Paraná, atrás do Coritiba, que comemora o centenário neste ano. Desde 2004, os operarianos tentam uma vaga na elite do futebol estadual.