A Associação dos Clubes de Futebol Profissional do Paraná Futpar - está com os dias contados. Pelo menos é o que garantiu o seu presidente, Joel Malucelli, em entrevista à Gazeta do Povo, nesta sexta-feira (24). Enfraquecida após a saída do Coritiba, a entidade que reúne agora 22 clubes integrantes da primeira e segunda divisões do futebol Estadual teve nova baixa nesta semana: o Londrina Esporte Clube pediu sua desfiliação.
Joel Malucelli admitiu que o grupo tem perdido força a cada dia. Para ele, o futuro não reserva boas perspectivas. "A Futpar está enfraquecendo sim e quando chegar ao fim do meu mandato, no final do ano, provavelmente será destituída. Eu não devo ter sucessor".
Apesar de admitir, Malucelli afirma que não lamenta o possível fim da entidade. "Temos que saber ganhar e saber perder. Quero terminar meu mandato e tentar ajudar na negociação com a televisão e no regulamento para o ano que vem. Depois, provavelmente será o fim da Futpar e duvido que alguém queira administrá-la".
Segundo ele, o iminente fracasso da Futpar se justifica pela visão deturpada que os dirigentes tiveram sobre ela. "Têm dirigentes que não assimilaram bem a coisa. Alguns deles acharam que a Futpar seria criada como uma alternativa à FPF, que acabaria gerando a criação de uma liga independente. E não era isso. A própria FPF ficou com medo da Futpar, tanto que não nos reconhece, apesar de sermos legalizados", lamentou.
Peter Silva, presidente do Londrina, usa como principal argumento para a saída do time da Futpar o fato da entidade não representar os clubes como deveria. "A Futpar deveria representar principalmente os times do interior do Paraná, não apenas os da capital, como vêm ocorrendo. Criar uma associação para favorecer quem já é favorecido não adianta nada. Eles (times da capital) também têm problemas, talvez maiores do que os nossos, mas não temos representatividade nenhuma para os clubes do interior", disse.
Dirigente justifica saída com críticas
O que mais irritou o presidente do Londrina foi uma declaração que teria sido dada pelo advogado Domingos Moro, que representa a Futpar, em seu site. Lá ele teria dito que o processo que o Londrina move no TJD contra o Rio Branco alegando que o time de Paranaguá utilizou um jogador de forma irregular, e por isso poderia perder pontos e salvar o Tubarão do rebaixamento não teria fundamento.
"Estamos pleiteando alguns pontos junto à Federação por irregularidades de outros times e o Domingos Moro, advogado da entidade, está trabalhando contra o Londrina. Ele colocou em seu site que nossa ação não tem fundamento, que não procede. Ele é o advogado da Futpar e deveria nos ajudar, não trabalhar contra", reclamou Peter.
Resposta "apimenta" polêmica
O advogado Domingos Moro explicou que "uma coisa não tem nada a ver com a outra". "O que escrevi no site é minha opinião e lá opino sobre o que eu quiser. Essa opinião não pode ser confundida com minha função na Futpar. Aliás, ela não foi criada para isso (de defender os clubes juridicamente). Se ele (Peter Silva) tivesse procurado a Futpar para pedir ajuda, provavelmente o Joel me indicaria para orientá-los, mas ele não fez isso. Ele está é arrumando desculpa para justificar sua decisão de sair".
Segundo o jurista, defender o Londrina neste caso seria antiético e sem sentido. "A Futpar pode, eventualmente, defender os interesses de um clube em determinada questão. Mas neste caso, como poderíamos defender um clube contra o outro? Não faz o menor sentido". Para Moro, a implicância de Peter Silva é por problemas pessoais. "Mas é claro. Ele me deve três anos e meio de trabalho e é claro que tem cunho pessoal", afirmou, sem dar maiores detalhes sobre a questão.
Por fim, Malucelli se mostrou irritado com a decisão do Londrina. "Vamos desligá-los, não tenho o que fazer", disse, para em seguida disparar: "Na verdade o Londrina não é mais problema da Futpar, já que foi rebaixado para a segunda divisão", alfinetou.
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