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O cargo que Mabel Nunes ocupa no Paraná nem de longe denuncia sua real atividade. Oficialmente ela é a diretora social do clube. Mas na prática, a pedagoga de 43 anos mescla o papel de mãe, psicóloga, assessora ou simplesmente, como gosta de ser definida, amiga das esposas dos jogadores tricolores.

Uma função que passa despercebida para a maioria dos torcedores, mas que tem um reflexo importante dentro do campo. O reconhecimento vem do próprio comandante paranista Caio Júnior, que aponta benefícios tanto na união dos atletas como na concentração.

"É um trabalho tão bom que a Mabel virou uma pessoa da família para todos. Essas reuniões criam um clima de integração no elenco e os jogadores podem se preocupar apenas em jogar bola", afirma o técnico que, logo ao assumir o comando do Tricolor, ao fim do Paranaense, foi conversar com o presidente do clube, José Carlos de Miranda.

"Quando joguei em Portugal, vivi essa situação. E aqui não é diferente para os jogadores que vêm de fora do estado, pois a família dele, na maioria das vezes, também virá."

Entre as "funções" mais comuns de Mabel estão as reuniões mensais com as esposas – que não raro acabam em visitas a shoppings e cabeleireiros – e encontros para assistir aos jogos da equipe fora de Curitiba.

"Todas vêm muito lá em casa. Coloquei o pay-per-view para não perdermos as partidas. E quando o jogo é aqui, vemos ver lá na turma do amendoim", conta a funcionária, que se orgulha de não ter um cargo remunerado. "É um coisa inédita no Brasil e isso me deixa muito feliz. Faço porque gosto. O Paraná, para mim, é como se fosse um filho."

Atualmente o elenco tricolor tem 33 atletas. Desses, 15 são casados. E todas, sem exceção, fazem parte do grupo. Mas como lembra a pedagoga, não se trata do Clube da Luluzinha, mas uma maneira de prestar assistência às esposas. O melhor exemplo vem de quando o Tricolor contratou o jogador Felipe Alves. Enquanto os diretores do clube tratavam da burocracia para liberar o atleta da Adap, Mabel cuidava da transferência de Camila, a esposa, de uma faculdade de direito do Rio de Janeiro para outra de Curitiba. Mais recentemente teve de encontrar um otorrinolaringolista para que Rayane, a esposa do jogador Peter, fosse tratar a garganta.

"Nos ajudamos em tudo. Com a Mabel a adaptação facilitou bastante. Quando chegamos do Rio de Janeiro, não conhecia ninguém e fiquei assim dois meses até começar a freqüentar as reuniões", conta Rayane Rúbia, 18 anos. "Agora fazemos muitas coisas juntas."

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