Cinturão do Conselho Mundial de Boxe com os melhores pugilistas de todos os tempos de cada categoria: Eder Jofre está ao lado de Muhammad Ali.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Aos 80 anos, Eder Jofre foi tomado pela tristeza ao saber da morte de Muhammad Ali. Logo que tomou conhecimento da notícia, dada por seu genro Antônio Oliveira, arregalou os olhos, baixou a cabeça e demonstrou espanto. “Ele era um grande cara, um grande lutador. Fico muito triste com isso”, afirmou, por telefone, o pugilista que é considerado o maior brasileiro da história do boxe.

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Éder Jofre em visita a São José dos Pinhais em 2015: brasileiro tinha a admiração de Muhammad Ali.

 

Jofre e Ali se encontraram algumas vezes na carreira. A primeira foi no início da década de 1970, quando o norte-americano veio ao Brasil para fazer uma exibição no Ginásio do Ibirapuera. Eles estiveram juntos no vestiário e trocaram elogios. Depois, em 1983, tiveram contato novamente em Nova York, em uma homenagem do Conselho Mundial de Boxe (WBC). “Tínhamos um respeito muito grande um com o outro. Eu admirava sua postura, pois foi uma pessoa que combateu o preconceito”, continuou.

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Em 2014, Jofre recebeu da WBC o título de o maior peso-galo da história do boxe. No cinturão dado ao brasileiro pela homenagem, em que constam as fotos dos maiores pugilistas de todos os tempos, a imagem de Ali está ao lado de Jofre.

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O brasileiro tem um problema neurológico e vive à base de medicamentos. Está com encefalopatia e isso acaba afetando sua memória recente. Mostrou fôlego para atender dezenas de pedidos de entrevista, para lembrar de Ali, mesmo com todas as dificuldades para conversar e pesando menos do que quando era lutador profissional.

Outro importante nome do boxe brasileiro, Miguel de Oliveira também lamentou a morte de Ali. “Era um cara fantástico, o maior de todos. Ele deixou um legado muito grande. Foi um campeão que cumpriu sua missão e deixou um grande exemplo”, afirmou o ex-pugilista, enaltecendo a força do norte-americano. “Foram quase 20 anos de carreira profissional e isso significa um desgaste enorme, ainda mais para um peso pesado. Ele fez o que tinha de fazer”, continuou.

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Quem também prestou suas condolências foi Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Rio-2016. “Ele foi responsável por cenas memoráveis que emocionaram o mundo e estão gravadas na história do esporte olímpico. Suas ações ultrapassaram a esfera esportiva e o tornaram uma lenda, ainda em vida. Seu exemplo permanece vivo, inspirando novas gerações do boxe e de todo o esporte”, enfatizou.