“Mais barato”, Dago não vai à América

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O atacante Dagoberto acordou R$ 10,9 milhões mais "barato". Hoje, o seu vínculo com o Atlético entra no último ano de vigência e a multa rescisória cai de R$ 16,38 milhões para R$ 5,46 milhões. "Uma desvalorização e tanto", admira-se o próprio jogador.

Dago passaria a data nos Estados Unidos, onde o time B do Atlético faz sábado um amistoso festivo com o FC Dallas, parceiro rubro-negro. Mas nem chegou a viajar.

Mesmo não sendo utilizado (é reserva do time reserva), foi convocado no último sábado. "Me mandaram ir hoje (ontem) com a mala e o passaporte ao CT e na hora de entrar no ônibus para o aeroporto, o técnico (interino) Gersinho disse que eu não iria mais", contou o atacante.

A pedido do jogador, o clube confirmou a desconvocação através de um comunicado assinado pelo diretor técnico Marcos Teixeira. Em seu site oficial, o Atlético informou que Dagoberto foi excluído da viagem pela diretoria e que ele segue treinando normalmente no CT do Caju.

O episódio aumenta o rosário de contendas entre clube e atleta. Uma rusga extensa e próxima do fim. Considerada como a chance de alforria pelo jogador, a redução na multa é um atrativo a outras equipes interessadas em contar com o jogador.

Não será tão simples. Na tentativa de aliviar o prejuízo financeiro com a saída de Dago, o Atlético recorre a diversas medidas jurídicas. Primeiro, tenta prorrogar o vínculo por mais 98 dias e empurrar a redução da multa até 6 de junho. A alegação é o tempo de inatividade de Dagoberto enquanto recuperava-se de uma contusão em 2005. O departamento jurídico também promete denunciar o São Paulo pelo aliciamento do atacante. A decisão ameaça o interesse paulista.

Prevendo a continuidade do impasse, Dagoberto desabafa. "Só quero poder voltar a jogar futebol e ser respeitado. O que fazem comigo no Atlético é humilhante. Me tratam como um cachorro. Me acusam de não valorizar o clube e são eles que me desvalorizam com o fato de eu não jogar."