• Carregando...
Daniel Alves (de laranja) foi o único jogador aclamado pelos gabonenses | Wils Yanick Maniengui/AFP
Daniel Alves (de laranja) foi o único jogador aclamado pelos gabonenses| Foto: Wils Yanick Maniengui/AFP

Um novo estádio construído pelos chineses em troca da exploração de uma mina de ferro, um péssimo gramado e uma família com mais de 40 anos no poder tirando proveito político do amistoso. Esse é o cenário do mais desprestigiado jogo do Brasil na era Mano Menezes. Numa partida que pode ser considerada um caça-níquel, o time brasileiro vai enfrentar o Gabão hoje, a partir das 16 horas (de Brasília).

Para vencer os gabonenses, que nunca disputaram uma Copa do Mundo e amargam a 68.ª posição do ranking da Fifa, Ma­­­­no escalou os azarões Hulk e Jonas no ataque. Juntos, eles jo­­­ga­­ram quase 250 minutos em no­­ve oportunidades pela seleção, mas nunca marcaram um gol. "Vou procurar fazer um bom tra­­­balho para justificar a confiança do Mano. Quero aproveitar a chance e fazer um grande jogo pela seleção", disse Hulk, des­­­taque do Porto nos últimos anos.

O paraibano é o mais rodado no time nacional. Ele jogou 203 minutos em seis partidas. Na maioria das vezes, Hulk entrava nos minutos finais. Jonas, por sua vez, só atuou 31 minutos em três partidas.

A dupla zerada ganhou a oportunidade porque Mano deu descanso aos medalhões no último giro da seleção neste ano. Na segunda-feira, a equipe pega o Egito, em Doha, Catar. Para ajudar o ataque, os meias Hernanes e Bruno César jogarão mais adiantados.

No Estádio Nacional de Libreville, o treinador só vai colocar em campo um titular. Apenas o zagueiro David Luiz jogará contra os gabonenses. O go­­verno local pagou cerca de R$ 1 milhão de cachê para a seleção, mas os chineses não entregaram um gramado de boa qualidade. O campo é cheio de buracos. Para piorar, as chuvas o castigaram ainda mais nos últimos dias.

Antes do jogo, o Brasil verá confusão fora do estádio. O governo não concluiu obras de urbanização, sua parte no acordo com os chineses. Há ruas sem asfalto, e os engarrafamentos são constantes.

Isolado da confusão, o presidente do Gabão, Ali Bongo, deve chegar ao estádio de helicóptero e vai usar o jogo para exibir o seu poder. No próximo mês, o país realizará eleições legislativas. Bongo convidou centenas de candidatos para o jogo. Fã de futebol, ele assistirá de uma tribuna especial ao duelo entre seu país e o Brasil. Mas não vai visitar os jogadores da seleção no hotel. Torcedores dizem que a presença dele poderia levantar suspeitas de compra do resultado da partida.

O governante bancará a Copa Africana de Nações do ano que vem. O Gabão vai abrigar o torneio junto com a Guiné Equatorial.

"O Brasil é escolhido para participar de eventos como este por sua história. Não podemos abrir mão desse papel", disse Mano Menezes, defendendo o jogo de hoje, apesar da fraqueza e inexperiência do adversário.

Ao vivo

Gabão x Brasil, às 16 horas, na RPC TV e no SporTV.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]