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Operários dão os últimos retoques em uma das traves do novo Maracanã, cuja reforma sofreu constantes atrasos e um polêmico encarecimento gradual durante os quase três anos fechado | Ricardo Moraes/ Reuters
Operários dão os últimos retoques em uma das traves do novo Maracanã, cuja reforma sofreu constantes atrasos e um polêmico encarecimento gradual durante os quase três anos fechado| Foto: Ricardo Moraes/ Reuters

Dois anos e nove meses depois, o Maracanã será, enfim, reaberto. Hoje, às 16 horas, o outrora "maior do mundo", "templo do futebol", receberá o amistoso entre Brasil e Inglaterra, em sua versão moderna, no formato "arena".

Novo marco para o estádio sinônimo de confusão desde que trancafiou os portões, em agosto de 2010, para ser remodelado para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014, receberá as decisões das duas competições. A última controvérsia foi a liminar concedida pela Justiça, e derrubada horas depois, que suspendia o clássico, alegando "falta de segurança".

Quase nada perto da maior de todas, que aponta para o orçamento da obra. Calculado inicialmente em R$ 705 milhões, o custo já extrapolou R$ 1 bilhão. Um dos fatores do encarecimento do Maraca foi a cobertura. Em 2011, descobriu-se que a antiga marquise estava comprometida. A alternativa foi adicionar R$ 200 milhões ao projeto.

E o despejo de dinheiro público – na conta do Governo do Estado do Rio de Janeiro – aparenta não ter fim. Na semana passada, o Diário Oficial do Rio revelou um remanejamento de gastos com infraestrutura para a praça esportiva de R$ 236 milhões.

Toda essa dinheirama cai sempre nas mãos do consórcio formado por Odebrecht e Andrade Gutierrez. Duas das maiores empreiteiras do país que, em parceria com o estado, não conseguiram cumprir os prazos estipulados para a construção.

A edição atualizada do Estádio Jor­­nalista Mário Filho – inaugurado originalmente em 1950 para o primeiro Mundial realizado no Brasil – teria de estar pronta em dezembro de 2012. Ficou para fevereiro deste ano. Em seguida, passou para 15 de abril. Dia 27 do mesmo mês, abriu as portas para um teste, com público pequeno e uma pelada protagonizada pelos ex-jogadores Bebeto e Ronaldo. Jogo oficial, só hoje.

Outro assunto também tem gerado problemas: a futura gestão do estádio. Erguido com recursos públicos, decidiu-se que o Maracanã seria entregue à iniciativa privada. E assim que a licitação foi aberta, uma guerra de liminares foi detonada.

Em abril, o Ministério Pú­­blico do Rio obteve decisão na Justiça suspendendo a concorrência, parecer cassado em maio. Logo em seguida, o grupo formado por Odebrecht (com 90%), IMX (empresa de Eike Batista, 5%) e a americana AEG (5%) conquistou o direito de explorar a praça esportiva por 35 anos.

No dia seguinte, entretanto, o MP conquistou nova liminar, impedindo a assinatura do contrato. Despacho revertido três dias mais tarde. Enquanto uma nova pendenga não surge, os novos administradores do Maracanã prometem novas mexidas para serem feitas após o Mundial. Além disso, o edital de licitação obriga outros investimentos de R$ 594 milhões no complexo esportivo.

Não bastassem essas discussões, ainda há a indefinição sobre quem adotará o estádio nos moldes da Fifa, com capacidade para 78.383 torcedores, como sua casa. Fla­­mengo e Fluminense ne­­gociam com o consórcio vencedor, acerto sem data para ser fechado.

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