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Logo em sua primeira fala na entrevista coletiva de despedida do futebol, nesta quarta-feira, o agora ex-goleiro Marcos avisou que faria o possível para "não ficar de beicinho tremido". O palmeirense não queria chorar em frente aos repórteres. Visivelmente nervoso no início, ele parou a entrevista duas vezes ao falar do pai, falecido em 2008, na véspera de um clássico contra o Santos, e as marejavam no olho.

Ao ser perguntado sobre o sentimento de suas mãe, que não desejava que ele parasse de jogar, Marcos falou também do pai e ficou com a voz embargada. "Minha mãe ficou muito triste, mas aí eu expliquei as condições que eu estava e ela entendeu. Dise: 'então esquece um pouco o futebol e vem mais me visitar'. Meu pai tenho certeza que está feliz" e foi aí que os olhos do ex-goleiro se encheram de lágrimas e a pausa foi inevitável.

"Ele era muito simples e o que ele mais me ensinou foi preservar o nome e eu acho que fiz bem isso aí. Só", disse, antes de nova pausa. Logo se recuperou e pediu mais perguntas: "Pode mandar ver. Vou chorar não, estou sossegado".

A família foi tema recorrente na entrevista coletiva de Marcos. Afinal, o ex-jogador comemora o fato de que, agora aposentado, vai poder passar mais tempo com amigos e com os familiares. Ele lamenta não estar nos álbuns de família, por conta das seguidas ausências para jogar com o Palmeiras, e agora quer recuperar o tempo perdido.

"Não estou em nada, não vi meu filho (Luca, de 12 anos) crescer. Espero passar mais tempo com eles. Prometi ver o filme Smurfs com a Juju (Ana Júlia, de oito anos). Mas a gente vai assistir o filme eu durmo", disse Marcos, rindo ao lado da filha, que o acompanhou na bancada da entrevista coletiva.

"Quero aproveitar bastante minha velhinha (a mãe), quero estar mais presente na vida dos meus irmãos, dos meus amigos. Vou duas vezes por ano para Oriente (cidade natal dele, no interior de São Paulo), acho muito pouco", comentou o ex-goleiro, que quer aproveitar um pouco do dinheiro que ganhou jogando futebol.

"Quem não quer comprar um barco e ter um barcão na praia. Mas não adianta nada se você não tem tempo para usufruir. Usufrui muito pouco", revelou o jogador, que ponderou: "Meus filhos vão ter um futuro melhor graças ao futebol. Você paga um preço alto, mas está ali sempre bancando as melhores condições pro filho ser feliz no futuro. O meu tempo deu. Vou desfrutar um pouco de tudo que eu conquistei. Viajar um pouco, dar uma volta por aí. Está na hora de poder descansar um pouquinho."

Seu único medo a partir de agora é que a esposa Sônia não o ature em casa por muito tempo. Mas ele promete visitar sempre o clube e a Academia. "Vou falar: 'Sônia, estou saindo fora que vou ver o pessoal no Palmeiras." Por enquanto, ele não tem do que reclamar. "Estamos na vida que pedi a Deus."

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